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Graduado em Zootecnia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Mestrando em Ciência Animal e Pastagens pela UFRPE.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Mastite bovina pode reduzir em até 45% a produção de leite


Matéria publicada em: Globo Rural On Line
http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI317713-18530,00-MASTITE+BOVINA+PODE+REDUZIR+EM+ATE+A+PRODUCAO+DE+LEITE.html

A mastite é uma doença que atinge vacas leiteiras e causa a inflamação da glândula mamária, ocasionando prejuízos à atividade de produção de leite. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Rondônia, Juliana Dias, a doença pode provocar diminuição da produção, morte ou descarte precoce de animais e queda na qualidade do produto final. Além das perdas, a infecção pode representar risco à saúde humana devido à eliminação de microrganismos e toxinas no leite consumido.
As bactérias são as principais causadoras da mastite, mas ela também pode ocorrer devido à infecção por fungos, algas e vírus. A doença pode se apresentar de duas formas. A forma clínica é caracterizada por alteração no leite, podendo ocorrer também anormalidades visíveis no úbere, como aumento de temperatura e edema. Já a forma subclínica é caracterizada pela ausência de alterações visíveis a olho nu. “A forma subclínica ocorre com mais frequência sendo responsável por cerca de 70% das perdas, e pode diminuir a produção de leite em até 45%”, informa Juliana.
Controle
Para o controle da mastite, um conjunto de medidas pode ser aplicado junto ao rebanho, como: realização do teste da caneca telada em todas as ordenhas para o diagnóstico de mastite clínica; realização do California Mastitis Test (CMT) a cada quinze dias para o diagnóstico da mastite subclínica; desinfecção das tetas antes da ordenha; secagem das tetas com papel toalha; realização da ordenha manual ou colocação da ordenhadeira mecânica; desinfecção das tetas após a ordenha e alimentação dos animais para que eles permaneçam em pé até o completo fechamento do esfíncter da teta.
“Para evitar a transmissão da mastite, além do manejo de ordenha adequado, recomenda-se a implantação da linha de ordenha, utilizando como base o resultado do CMT. A linha é estruturada de forma que as vacas negativas sejam ordenhadas primeiramente. Em seguida, as vacas com mastite subclínica e, por último, os animais com mastite clínica”, explica Juliana.
Os animais que estiverem recebendo tratamento devem ser marcados e o leite deles descartado durante o período, para evitar a presença de resíduos no leite do tanque ou latão. Outra medida é a limpeza e manutenção dos equipamentos de ordenha a cada seis meses, visando garantir a sanidade da glândula mamária. A lavagem do equipamento deve ser feita imediatamente após a ordenha seguindo as instruções do fabricante.
Durante a secagem, o uso de antibióticos específicos em todos os quartos do animal é fundamental para o tratamento de casos subclínicos, adquiridos durante a lactação, e também para a prevenção de novas infecções durante o período seco. A recomendação é que o animal tratado seja acompanhado durante as duas primeiras semanas pós-tratamento. De acordo com Juliana, as vacas com mastite crônica não curada não devem ser utilizadas para a produção nem ficar junto com o restante do rebanho.
Prevenção e monitoramento
Para evitar a ocorrência da mastite no rebanho, recomenda-se a análise do California Mastitis Test (CMT) ou CCS, ouexame microbiológico do leite, dos animais a serem comprados. O monitoramento da doença deve ser feito através da coleta sistemática de dados de CCS dos animais. 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Mulheres na Zootecnia (depoimentos)

Quem nunca ouviu dizer que Zootecnia é um curso meramente masculino, discordo plenamente, tanto que o número de mulheres matriculadas nos cursos de Zootecnia tem crescido nos últimos anos e que também é crescente o número de Zootecnistas mulheres no mercado de trabalho muitas vezes fazendo trabalhos antes ditos como masculinos. Diante do exposto o Blog Zootecnia é Dez colheu o depoimento de mulheres ligadas a Zootecnia (estudantes e profissionais) provando que atualmente nossa profissão é para todos os gêneros.

Letícia Rentz Goltz – Estudante de Zootecnia / Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG/Campus Castro-PR
Letícia Rentz Goltz - Estudante de Zootecnia UEPG/Castro-PR

Já muito cedo conheci o que era o amor pelos animais. Desde pequena vivo no campo, e o que era apenas brincadeira mudou de cara quando conheci a tal da Zootecnia. A partir daí, percebi que era possível usar esse amor de uma forma que realmente fosse efetiva. Não tive mais dúvidas. Era esse o curso, era esse meu futuro. Aliar uma paixão com minha profissão, e pra isso batalhei sempre, com muita dedicação, desde que fixei essa idéia em minha mente. Cheguei a ouvir que "Zootecnia era curso pra homem", mas nunca me deixei levar por esse falso conceito, já que acho que competência não tem sexo. Certas coisas só me fizeram ter mais vontade de chegar lá. E cheguei. Meu nome estava na lista de aprovados no vestibular. Essa foi a carta branca, o empurrão pra poder dizer "vai, agora é com você!". Entrei em uma turma de maioria feminina, pensei... não era esse o "curso pra homem"? Tá aí a prova de que competência não depende de gênero, mas sim, de força de vontade. A Zootecnia está cada vez mais "feminina". A cada turma de calouros, mais mulheres com a mesma vontade e com os mesmos objetivos que eu tinha e que hoje, no último ano da faculdade, estão quase se tornando realidade. O que não dá é pra desistir, nunca mesmo."

Luciana Pontes da Silva - Zootecnista
Zootecnista Luciana Pontes

A mulher na Zootecnia

Primeiro deveríamos falar sobre o espaço e conquistas da mulher junto a Zootecnia. Mas esta conversa seria muito longa e caberia a mim até escrever um livro, exaltando as glorias e conquistas maravilhosas de ambas. Mas no momento essa não é minha intenção.
A mulher, a cada dia conquista mais seu espaço na Zootecnia como em qualquer outra profissão.
A Zootecnia mudou e vem mudando. Hoje a Zootecnia é tratada, merecidamente, como uma profissão promissora, consistente e de fundamental importância para o desenvolvimento, sustentável, econômico, social e cultural no Brasil. E sendo um pouco ousada, porque não no mundo.
Mas além dos aspectos já citados, vem também a preocupação de produzir e oferecer um produto pecuário de altíssima qualidade, ai podemos falar e pensar no avanço da ciência do Bem-Estar na produção animal, uma das consequências disso, está a exigência dos consumidores e logico das mulheres, sempre de olho nas tendências do mercado e na sensibilidade de produzir com qualidade neste mercado.
Nós Mulheres, mães, irmãs, tias, avós, filhas, amigas, cunhadas, primas, noras, sogras, seres humanos e Zootecnistas, estamos lutando para melhorar cada vez mais nossa profissão, nossas vidas e por que não o mundo.
"A Mulher na Zootecnia, como separar os dois momentos marcos na historia".

Raiany Loureiro Engelhardt - Zootecnista.
Zootecnista Raiany Loureiro Engelhardt

Mulher dentro da Zootecnia

Por muitos anos não se pensava em ver uma mulher trabalhando no campo, tinha certo preconceito de que nós mulheres não tínhamos capacidade para administrar e lidar com o rebanho (seja de qual for a espécie). Essa crença foi desmitificada com o passar dos anos com o empenho e dedicação das mulheres apaixonadas pelo seu trabalho no campo integrado a criação. Minha experiência na Zootecnia vem desde o curso técnico (Escola Agrotécnica Federal de Santa Teresa/ES – Atualmente IFES de Santa Teresa) Na turma de quase 40 alunos se formaram 12 pessoas, sendo três mulheres. Em muitas instituições o número de mulheres é superior ou igual ao número de homens na sala de aula no curso de zootecnia. Mesmo sendo a minoria no curso, não tínhamos tratamento diferencial ou preferencial, que eu acho isso muito importante para nossa formação, o mesmo recebi na faculdade que me formei (Universidade de Vila Velha – ES), havia mais homens do que mulheres e também não houve distinção de sexo para realizar as tarefas em campo e em sala. A conduta dos professores perfeitamente correta na sala de aula, só nos mostrou que somos iguais perante o mesmo trabalho. O fato de nós mulheres termos “menos força” não justifica que não somos capazes. As experiências adquiridas nos estágios foram as melhores possíveis, e o reconhecimento através das palavras por eu ter superados as expectativas me fez ainda mais acreditar no meu potencial. O professor ensina o conteúdo e fala como é trabalhar no campo. Cabe a nós sabermos nos comportar, agir, falar e trabalhar corretamente para sermos respeitadas e conquistar o nosso lugar no espaço.
As mulheres tem uma característica que se destaca sobre os homens que é ser detalhistas, proporcionando ter mais cuidado e capricho, sem contar no extinto matriarca que ajuda muito nas criações de cria e recria.
Em casa, não tenho problemas com meu pai e funcionário na hora de intervir com outro método de trabalho e dar novas ideias, pelo contrário, conversamos muito sobre o assunto e chegamos uma conclusão.
Para finalizar, Não deixe falar que você é um sexo frágil e incapaz de realizar uma tarefa destinada, cada um tem suas qualidades e métodos diferentes de proceder, cabe a nós aprimorar o conhecimento e buscar estratégias para sair do problema.

Elyne Silva – Zootecnista - Prefeitura de Arapiraca/AL
Zootecnista Elyne Silva

Minha experiência como mulher na Zootecnia até agora tem sido tranquila. Entre os 'doutores' prevalece o respeito e reconhecimento. Já quando partimos para meio rural, quando atravessamos a porteira da fazenda as coisas mudam um pouco. Algumas vezes, não a maior parte, os produtores não acreditam na credibilidade da profissional. Num primeiro contato até podem dar ouvidos ao que temos a dizer, mas basta virarmos as costas para que nada do que foi recomendado seja feito. Claro que com os Zootecnistas também acontece isso, mas creio que com as Zootecnistas o preconceito seja maior. Mas de forma geral, vejo que a profissional da Zootecnia, bem como das outras Ciências Agrárias, estão conquistando respeito devido ao trabalho de qualidade que vem executando e aos poucos ganhando seu espaço nesse mundo moderno. Acredito que as Zootecnistas estão conseguindo manejar bem o meio e as pessoas com quem trabalham.

Bruna Rufino dos Santos – Estudante de Zootecnia / Universidade Federal de Roraima - UFRR
Bruna Rufino dos Santos - Estudante de Zootecnia - UFRR

Minha experiência na Zootecnia começa com aquela que acredito eu, todos os acadêmicos de Zootecnia já passaram, de praxe você tem que responder aquelas típicas perguntas: O que é Zootecnia? Porque não fez Veterinária então? ou Zootecnia não é um curso para Homens? rsrsr.. Tive que responder essas perguntas no começo do Curso, no meio do Curso e ainda respondo ate hoje na reta final.. rsrs
Ao longo do Curso tive oportunidade de trabalhar em alguns programas, como Pibic e PET, alem de compor o Centro Acadêmico, foram ótimas experiências e as recomendo para todos, você cria laços com colegas e ganha muitos conhecimentos com os tutores..
Trabalhei como estagiaria voluntaria na EMBRAPA Roraima, onde acompanhei experimentos das tecnologias empregadas na produção animal e também pude ficar em contato direto com alguns produtores do Estado que disponibilizam suas propriedades para os projetos da Embrapa, como pretendo focar meu trabalho para parte de extensão, foi uma grande oportunidade de conhecer os produtores.. foi possível observar que a Zootecnia do Estado ainda é pouco difundida, grande parte das funções são desenvolvidas por veterinários,.. Não desmerecendo o trabalho que eles realizam, mais acredito que temos plena capacidade de ocuparmos o nosso devido lugar no mercado de trabalho.. Isso só aumentou a vontade de me capacitar cada vez mais, para que ao me formar possa desenvolver um excelente trabalho como Zootecnista..  ..
A Zootecnia hoje não é apenas um curso é praticamente um estilo de vida. Amo o que faço e mesmo com as dificuldades que sei serão inevitáveis não irei desistir, trabalharei arduamente..

Tuane Gonçalves – Estudante de Zootecnia / Universidade Federal do Ceará - UFC

Entrei na Zootecnia sabendo muito pouco da sua área de atuação, mas com o tempo fui vendo o quanto é abrangente e fascinante as áreas que um Zootecnista pode trabalhar e quando percebi já estava apaixonada por essa profissão.
Dentro da faculdade já trabalhei nas áreas de forragicultura, apicultura e reprodução animal, que é onde estou trabalhando atualmente, ajudando no experimento do setor e aproveitando para adquirir conhecimento nesta área, de grande importância em uma propriedade.
Participo do grupo de estudos em apicultura, onde fazemos semanalmente reuniões para discutir assuntos e novidades da área e também para organizar e preparar trabalhos que são desenvolvidos no apiário da faculdade.
Participo também, da empresa júnior de zootecnia da faculdade, onde tive a oportunidade de ter uma vivência direta com a realidade do campo e com as dificuldades que o profissional e o produtor enfrenta no seu dia a dia em uma propriedade. É importante o aluno conviver com essa realidade do campo na sua graduação, muitos só vão ter essa experiência no momento do estagio e acabam tendo muitas dificuldades em se adaptar, então quanto antes essa vivencia melhor para sua carreira profissional.
 Em relação as minhas dificuldades na área, como mulher... não tive nenhum preconceito...até porque na minha faculdade o curso de zootecnia tem mais mulheres do que homens (por incrível que pareça...hehehe).

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Entrevista com Elyne Silva, Zootecnista da Prefeitura de Arapiraca/AL

Como sabemos o Zootecnista é fundamental em qualquer esfera de poder seja ela Municipal Estadual ou Federal e para falar um pouco sobre a importância do Zootecnista nas prefeituras o Blog Zootecnia é 10 tem a honra de entrevistar Elyne Silva, Zootecnista graduada pela UFRPE/UAG em 2011 e aprovada em primeiro lugar no concurso da Prefeitura Municipal de Arapiraca em Alagoas.
Fonte: Elyne Silva
Zootecnista Elyne Silva em mais um dia de trabalho.

1. Qual a importância do Zootecnista para uma prefeitura?
Ter um Zootecnista no quadro de funcionários de uma Prefeitura é de fundamental importância para o desenvolvimento do meio rural de um município, pois, de forma gratuita, os produtores têm acesso ao conhecimento técnico e novas tecnologias que o Zootecnista pode fornecer. Creio que a maior importância desse profissional é na prestação de assistência técnica de qualidade para os pequenos produtores que, algumas vezes, não possuem condições de ter assistência particular e ficam muito satisfeitos quando sabem que podem contar com assistência técnica sempre que necessita.

2. Como é o trabalho de um Zootecnista em uma Prefeitura?
O Zootecnista de uma Prefeitura atua prestando assistência técnica aos produtores rurais do município através de visitas periódicas às propriedades para acompanhamento da produção, dando orientações sobre manejo em geral, sanidade e todos os aspectos que influenciam a produtividade da propriedade. Além dessa parte de visitas, o Zootecnista pode organizar palestras, dias de campo e cursos com temas específicos que atendam às necessidades da região em que trabalha. O Zootecnista não trabalha só, é necessário que haja médico veterinário, agrônomo e técnico agrícola no quadro de funcionários da Prefeitura para que possam, em conjunto, realizar um trabalho completo no meio rural.

3. Em sua opinião, o que falta para que haja aumento no número de vagas para os Zootecnistas em concursos públicos nas prefeituras?
Acredito que os produtores rurais devem pressionar as Secretarias de Agricultura dos municípios para evidenciar a grande necessidade e carência de assistência técnica no meio rural. Se a demanda por profissionais das ciências agrárias for expressiva, as autoridades municipais atentarão para a necessidade de incluir mais Zootecnistas no quadro de funcionários para que o município possa se desenvolver em todos os aspectos. Além da pressão local que os produtores devem fazer às autoridades, o Conselho também deveria pressionar as autoridades competentes e brigar para que fosse obrigatório a presença do Zootecnista no quadro de funcionários das Secretarias de Agricultura dos municípios. Só assim haveria aumento do desenvolvimento do meio rural.

4. Quais as qualidades que o Zootecnista deve possuir para desempenhar com êxito suas funções dentro do serviço público municipal?
O Zootecnista de uma prefeitura deve possuir acima de tudo paixão pelo que faz. Não adianta um profissional entrar no serviço público se não tiver perfil extensionista, pois não vai executar um trabalho com excelência. Deve também possuir jogo de cintura para conseguir com que seu trabalho seja executado pelos produtores rurais, principalmente se o técnico não for nascido na região em que está trabalhando, o que é meu caso. (risos) O profissional deve ter sede de conhecimento e sempre estar se atualizando, pois a cada dia surgem novos casos que demandam novas tecnologias. E por fim... Deve possuir paciência, pois o serviço público é bastante complexo, para não dizer complicado, e muitas vezes a 'vontade de fazer' do Zootecnista é barrada pelas burocracias e limitações de infra estrutura do serviço público municipal.

E-mail para contatos: elynemorgana@hotmail.com

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A importância do Zootecnista nas prefeituras

Muitos municípios Brasil afora sofrem com a falta de planejamento no setor agropecuário principalmente por parte das Prefeituras e quem sempre acaba sofrendo com isso é o produtor, principalmente os pequenos. Os criadores de bovinos, caprinos, ovinos, aves e suínos, muitas vezes dependem da orientação de profissionais que os ajudem a aumentar sua produtividade com a elaboração de projetos que atendam suas necessidades. Este profissional é o Zootecnista que entre suas funções destacam-se de acordo com o Art. 3º alíneas a, b, c e d da Lei Federal 5.550/68. Planejar, dirigir e realizar pesquisas que visem a informar e a orientar a criação dos animais domésticos, em todos os seus ramos e aspectos; promover e aplicar medidas de fomento à produção dos mesmos, instituindo ou adotando os processos e regimes, genéticos e alimentares, que se revelarem mais indicados ao aprimoramento das diversas espécies e raças, inclusive com o condicionamento de sua melhor adaptação ao meio ambiente, com vistas aos objetivos de sua criação e ao destino dos seus produtos; exercer a supervisão técnica das exposições  oficiais e a que eles concorrem, bem como a das estações experimentais destinadas à sua criação; participar dos exames a que os mesmos hajam de ser submetidos, para o efeito de sua inscrição nas Sociedades de Registro Genealógico.
Isso deixa claro que o Zootecnista é fundamental para o desenvolvimento dos municípios brasileiros uma vez que ele promoverá um acréscimo na renda destes produtores através do aumento da produtividade de seus rebanhos, criando com isso o aumento de vagas para empregos nessas propriedades o que certamente acarretará em geração de renda para outras famílias e consequentemente para os cofres municipais.
Más infelizmente a realidade não é essa, pouquíssimas prefeituras abrem concursos para Zootecnistas e quando o fazem oferecem pouquíssimas vagas além de ofertarem salários muito baixos sem contar que muitos prefeitos cometem o grave erro de achar que o Agrônomo ou o Veterinário fazem o mesmo trabalho do Zootecnista, e esse é um dos motivos pelo qual o nicho de empregos para os Zootecnistas é tão baixo.
O que fazer para mudar? A resposta é simples, se tivéssemos um conselho atuante que defendesse nossas necessidades e divulgasse nossa profissão talvez a situação fosse outra.
Fonte:http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/maio/dia-do-zootecnista.php
Zootecnista em ação
Nutrição animal, área principal do Zootecnista

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A importância das mulheres na produção animal

A participação de mulheres em criações comerciais é crescente e tem se tornado um bom negócio para os criadores. Em várias propriedades é notória a presença feminina em salas de ordenha, em bezerreiros, etc. Segundo depoimento de alguns produtores, as mulheres são mais cuidadosas e organizadas que os homens e por possuírem instinto materno são excelentes no manejo de crias. Em matéria publicada pela revista Leite DPA de junho de 2011, as propriedades de sucesso são aquelas em que as mulheres também estão inseridas no processo produtivo.
Pesquisas demonstram que a produção leiteira de propriedades do sul do país aumentaram depois que mulheres começaram a trabalhar. Ainda segundo a mesma revista, quando as mulheres estão presentes, elas se mostram bem receptivas aos treinamentos que recebem e os aplicam corretamente na propriedade. Inclusive são bem mais cuidadosas na higiene da ordenha.
Portanto seja como mão de obra, seja na administração, as mulheres são sinônimo de eficiência em qualquer setor do agronegócio.
Fonte: Bismarck Passos
Mulher trabalhando na ordenha

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Capim Quicuio (Pennisetum Clandestinum)

O capim quicuio é de origem africana, foi introduzido no Brasil em 1923. É uma gramínea perene de porte geralmente baixo (40 a 60 cm), que forma densos gramados de folhas estreitas e longas com colmos enraizados de mais de dois metros, com reprodução exclusivamente por rizomas e estolões.
Estolão - Capim Quicuio
Fonte: Bismarck Passos
Pastagem de Quicuio

É descrita como espécie de clima subtropical úmido, próprio de altitudes superiores a 1500 metros, muito exigente em fertilidade e solos com altos teores de matéria orgânica, resistente ao pisoteio e a secas temporárias e por ser muito agressivo não serve para utilização em consórcio com outras espécies e é suscetível a pragas como a cigarrinha das pastagens.
Fonte: Bismarck Passos
Pastejo em Capim Quicuio
Fonte: Bismarck Passos
Cigarrinha das pastagens

O capim quicuio destaca-se por possuir elevados níveis de FDN (66,01%) e PB (18,05%). O quicuio apresenta potencial de produção de leite superior às demais gramíneas tropicais.
Fonte: Bismarck Passos
Capim Quicuio

terça-feira, 31 de julho de 2012

Leucena (Leucaena leucocephala)

A leucena é uma leguminosa perene de porte arbustivo a arbóreo, é oriunda da América Central, possui sistema radicular profundo; suas folhas são bipenadas  de 15 a 25 cm de comprimento, possuindo de 10 a 15 pares de folíolos oblongo-lineares; suas flores são agrupadas em uma cabeça globular, solitária e axilar; seus frutos são vagens finas e achatadas, acuminadas com 15 a 25 sementes de coloração marrom-brilhantes, sua germinação ocorre no início do período das águas e possui dormência de uma ano.
Folhas, flor e fruto da leucena

forma arbórea da leucena

Sementes e fruto da leucena

Esta leguminosa é utilizada na alimentação animal; na adubação verde através da incorporação do nitrogênio pelas folhas decíduas, pelos nódulos das raízes que possuem bactérias fixadoras de nitrogênio, que ao morrerem enriquecem o solo com este elemento; como sombreamento possibilitando uma zona de conforto sem prejudicar a pastagem uma vez que a leucena possui uma copa aberta que favorece a penetração dos raios solares.
Bovino pastejando leucena

Existem mais de 100 variedades de leucena que são classificadas em três grupos de acordo com a velocidade de crescimento e hábito de ramificação.

Tipo Havaiano: Plantas baixas, com até 5 metros de altura, bem ramificadas, florescimento precoce e baixa produção de matéria seca.

Tipo Salvadorenho: Plantas muito altas, com até 20 metros de altura, eretas e pouco ramificadas, florescimento tardio com alta produção de forragem, madeira e lenha.

Tipo Peru: Plantas altas chegando a 15 metros, eretas e bem ramificadas desde a base, florescimento tardio com alta produção de forragem.

A leucena é uma planta de desenvolvimento lento, principalmente na primeira fase depois da germinação, apresenta baixa competição com plantas invasoras e por sua palatabilidade atrai formigas cortadeiras e lebres. Entretanto após se estabelecer rebrota e cresce vigorosamente. É uma planta tolerante a seca, porém se esta for prolongada seus folíolos caem, possui preferência por solos bem drenados e com pouca acidez.
Sua produção forrageira é estimada em 15 toneladas de matéria seca consumível porém seu consumo recomendado é de até 3% do peso vivo do animal ou 30% do total ingerido pelo animal diariamente devido a uma substancia chamada mimosina presente nos brotos e folhas. Os sintomas são a queda de pelos na cabeça e na inserção da cauda, devendo-se evitar a exposição desses animais ao sol para que o local afetado sofra queimaduras, os bovinos são mais resistentes a essa substancia. A leucena não é recomendada para eqüinos por serem mais sensíveis a mimosina que os bovinos.

CARACTERÍSTICAS BASICAS

Nome científico: Leucaena leucocephala
Origem: América Central
Ciclo vegetativo: perene
Número de cromossomos: 52 ou 56
Temperatura: ótima 25 a 30°C
Forma de crescimento: arbóreo, podendo alcançar até 20 m de crescimento livre
Altura da planta para pastejo: mantê-la a 1,0 m de altura
Forma de uso: pastejo, fenação e sombreamento (Café, Cacau etc)
Digestibilidade: satisfatória
Palatabilidade: satisfatória
Precipitação pluviométrica requerida: 800 a 1.500 mm/ano
Produção da matéria seca: 12 a 20 t MS/ha/ano
Produção de semente: 3.000 kg/ha
Teor de proteína na matéria seca: 21 a 22%, média anual
Tolerância a insetos e doenças: sensível ao inseto Heteropsylla cubana e aos fungos Araecerus Levipennis, Pythium e Rhyzoctonia



FONTE:

VALADARES FILHO, S.C et al. Tabelas brasileiras de composição de alimentos para bovinos.  3. Ed. – Viçosa, MG: UFV/DZO, 2010

quinta-feira, 26 de julho de 2012

SILAGEM DE MILHO

No Brasil e no mundo o milho é a forrageira mais utilizada para a produção de silagem pois o mesmo pode ser plantado em qualquer região do país, produzir uma boa quantidade de massa verde por hectare, possuir facilidade de fermentar e por produzir uma silagem de bom valor energético devido a presença dos grãos.

Quando ensilar o milho?

O momento da colheita é essencial quando se pretende produzir silagem de ótima qualidade. Quando o material a ser ensilado é colhido antes do momento ideal pode apresentar dois problemas, o primeiro é que o teor de umidade é muito alto e nessa situação haverá produção de muito chorume que é rico em carboidratos solúveis e representa uma perda considerável de nutrientes. O segundo problema a lavoura poderá apresentar um baixo percentual de grãos e consequentemente baixo teor energético. Quando colhido após o ponto ideal, o material a ser ensilado apresentará dificuldade de ser picado pelas máquinas e seu rendimento será menor e a compactação de um material seco é bem mais difícil o que favorece uma maior presença de oxigênio na massa ensilada. Portanto quanto maior o volume de oxigênio, maior será a respiração celular, a produção de calor, o tempo para se iniciar a fermentação e a perda de nutrientes.
O ideal é ensilar o milho quando o teor de matéria seca estiver entre 33% e 35%, existem algumas maneiras de verificar o teor de matéria seca, o primeiro é pela consistência dos grãos e o segundo pela posição da linha do leite.
À medida que a planta envelhece, os grãos tornam-se mais duros, assim, a consistência dos grãos evolui passando pelos  pontos de pamonha, farináceo e duro. Quando os grãos estiverem no ponto farináceo, o teor de matéria seca estará entre 30% e 35%. O ponto de ensilagem é quando o grão pode ser esmagado com os dedos e a umidade é suficiente apenas para umedecê-los.


Corte da forragem

A forragem deve ser picada no tamanho entre 1 e 2 cm, isso facilita a acomodação do material dentro do silo favorecendo uma melhor compactação e expulsão do ar; deixa os carboidratos solúveis mais expostos para que a fermentação seja mais rápida e completa; quebra os grãos para que o amido seja degradado mais rapidamente no rúmen; evita a seleção pelo animal no cocho havendo uma redução nas sobras.
Fonte: Bismarck Passos
Compactação da massa ensilada


Enchimento do Silo (trincheira)

O silo deve ser forrado com uma lona nova e integra (sem furos). A forragem deve ser descarregada na área forrada e o material espalhado na área do silo. Ao mesmo tempo deve-se compactar as camadas de forragem com o objetivo da se expulsar as camadas de ar da massa ensilada. Para a compactação deve-se escolher um trator mais pesado, podendo ser de pneu ou de esteira. Após concluído o enchimento o silo deve ser vedado com uma lona sem furos, as laterais devem enterradas, devem ser feitos drenos ao redor do silo e cercas para evitar que animais pisoteiem e furem a lona que deve ser coberta com capim, terra ou areia, pneus velhos podem ser utilizados sobre o silo. Mantenha o silo fechado por pelo menos 30 dias para garantira que o material ensilado seja completamente fermentado sem comprometer a qualidade e o valor nutritivo da silagem.
Fonte: Bismarck Passos
Silo completamente vedado

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Conservação de Forragem

A conservação de silagens envolve um complexo processo  bioquímico e microbiológico, o material ensilado é conservado através de fermentações, passando por três fases principais.

Fase aeróbica

Envolve a morte dos tecidos das plantas e rápida exaustão do oxigênio, seguido pela proliferação de bactérias aeróbias. Durante essa fase, os carboidratos solúveis (CS) são convertidos em CO2 e H2O nas células das plantas e pelos microrganismos aeróbios com liberação de calor. Esse processo continua até que todo o O2 seja eliminado do meio.
Esta fase é ineficiente em perspectivas de conservação do material ensilado, porém, pode trazer alguns benefícios como: criar condições anaeróbicas; produzir compostos bioquímicos que aumentam a estabilidade da silagem durante o descarregamento do silo. As principais desvantagens de uma fase aeróbia prolongada são: excessiva perda de Matéria Seca (MS); temperaturas elevadas no interior do silo com aumento nos produtos de Maillard e queda na qualidade da silagem.

Fase de colonização (lag-phase)

É uma fase de curta duração (poucas horas) entre a fase aeróbia e a anaeróbia. Nesta fase tem inicio um rápido crescimento de microrganismos anaeróbios que promoverão intensa produção de ácidos orgânicos.

Fase anaeróbica (de fermentação)

É a fase mais longa no processo de ensilagem, continuando até que o pH da forragem seja suficientemente baixo para inibir o crescimento potencial de todos os microrganismos. Esses microrganismos fermentam hexoses (glicose e frutose) e pentoses (ribose e xilose), produzindo etanol, ácidos graxos voláteis (AGV), ácido lático e CO2.
Quanto mais rápida for a fermentação, com rápida acidificação da massa ensilada, melhor será a qualidade da silagem em função da redução nas perdas de matéria seca. O ácido lático é o mais forte, sendo o mais efetivo para o rápido declínio do pH e manutenção da estabilidade da silagem.
Fonte: Arquivo pessoal
Silagem de milho

domingo, 8 de julho de 2012

Biologia e controle de roedores

Os roedores são um problema sério em criações de animais, lá eles encontram um ambiente que atende suas necessidades básicas (alimento, água e abrigo).
As três principais espécies que causam problemas na criação são:

Ratazana ou rato de esgoto (gabiru) – Rattus norvegicus
Rattus Norvegicus

Rato preto ou de telhado – Rattus rattus
Rattuts rattus

Camundongo (catita) – Mus musculus
Mus musculus


Os ratos são causa de graves problemas e prejuízos, pois consomem ração e contaminam a ração não consumida. Para se ter uma idéia, dois ratos em seis meses consomem 14 kg de alimento, produzindo 5,5 L de urina e 25 mil cíbalas de fezes, podendo ainda contaminar os alimentos através de seus pêlos e patas. Podem transmitir várias doenças como: Leptospirose, tifo, salmonelose, hantavírus, além de transportarem ácaros e outros ectoparasitos como a pulga do rato (Xenopsila cheops) que é portadora do agente causador da peste bubônica, mais conhecida como peste negra.
São providos de dentes capazes de roer madeira, chumbo, alumínio, argamassa (3:1 – areia:cimento), tijolo, plástico e cimento.
Possuem visão deficiente, olfato e audição aguçados e o sentido mais desenvolvido é o tato devido à presença de pêlos táteis e vibrissas (bigodes) que atuam como antenas, permitindo que se desloquem com segurança em locais totalmente escuros.
Um fator importante a saber sobre os ratos é seu comportamento social, existem 2 classes. Uma formada pelos machos e fêmeas em idade de reprodução (dominantes) e outra pelos ratos muito jovens e os muito velhos (dominados). Esse comportamento é relacionado com a forma de alimentação, visando a sobrevivência da colônia. Na presença de uma nova fonte de alimento (isca envenenada, por exemplo) apenas os ratos velhos se alimentam. Se nada ocorrer a eles, os dominantes passam a consumir essa fonte alimentar. Por isso que os raticidas usados no controle dessa praga possuem substancias agem lentamente.

CONTROLE

Mecânico – É realizado pelas estruturas das construções que devem dificultar ou impedir o acesso desses animais ao interior das instalações.

·         Construções de alvenaria de tijolos;
·         Vedação das portas, com chapas de lata, ou uso de portas e janelas metálicas;
·         Uso de estrado ripado de madeira, com 30 cm de altura e distante 50 cm das paresdes, para disposição dos sacos de ração;
·         Limpeza do local, com remoção dos entulhos.

Biológico – O uso de inimigos naturais nas criações fica difícil por esses predadores (em geral gatos), também serem portadores de agentes patogênicos para o homem e os animais. Como por exemplo, os gatos que são hospedeiros definitivos do Toxoplasma spp. e, também por isso devem ser descartados da criação.

Químico – O uso de venenos tem sido a alternativa mais utilizada no controle dos ratos. São empregados produtos químicos, com ação anticoagulante, tem sido empregado, pois o veneno será ingerido pelos roedores, sem entrar em contato com os animais, sua concentração deve ser alta para os ratos e baixa para humanos e outros animais.

A utilização das iscas deve ser feita com base em um programa que leve em consideração as habilidades e o comportamento das diferentes espécies de ratos, daí a importância da identificação da espécie.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Cavalo de Guerra

Quem nunca ouviu as histórias de Alexandre o Grande que conquistou um vasto império montado em seu cavalo Bucéfalo, que juntos cavalgaram rumo a grandes conquistas formando um grande império. Bucéfalo, seu fiel parceiro era um cavalo da raça Friesian. Há relatos de sua presença também nas batalhas que expandiram o Império Romano e durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) transportou canhões e outras armas pesadas e nela quase foi dizimado.
Alexandre o Grande montado em seu cavalo Friesian Bucéfalo

O cavalo Friesian é o único nativo dos Países Baixos que conseguiu sobreviver à passagem do tempo. As suas origens remontam a séculos atrás. Sendo uma das mais antigas raças na Europa, esteve à beira da extinção várias vezes ao longo do último século. Graças à devoção de um grupo de entusiastas, sobreviveu até o presente, gozando, hoje, de grande popularidade em todo o mundo. É um animal de temperamento dócil e fisicamente bastante robusto, possui boa andadura, pelagem exclusivamente negra e crina farta. É criado principalmente na Frísia, litoral norte dos Países Baixos, de onde se origina seu nome.

O Friesian possui dupla, para montaria e atrelagem. Seu temperamento é bastante favorável para uso amador e adestramento de vários tipos.

Segundo a Revista Globo Rural de dezembro/2009, foi introduzido no Brasil por dois criadores de Curitiba/PR com a finalidade de serem selecionados para hipismo. Foram trazidos sete animais para um haras no município de Campo Magro, nos arredores da capital Paranaense no ano de 2009.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Entrevista com o Zootecnista Elijá Arandas

Muitas vezes o estudante de Zootecnia não se identifica com a carreira acadêmica e prefere procurar seu espaço em empresas públicas ou privadas. Diante disso fomos procurar um Zootecnista que ao sair do meio acadêmico optou por este segmento e está trilhando com sucesso seu caminho pelo mercado de trabalho.
O Blog Zootecnia é 10 tem a honra de entrevistar o Zootecnista Elijá Arandas, natural do município de Jurema-PE, é graduado em Zootecnia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE/UAG) e hoje trabalha na empresa Nordeste Ordenhadeiras.

Elijá Arandas, Zootecnista


Zootecnia é 10: Qual o perfil do Zootecnista para o mercado de trabalho?

Elijá: O Zootecnista deve ser polivalente, onde este pode trabalhar tanto a parte nutricional quanto a parte administrativa, gerenciando propriedades, podendo atuar em qualquer empreendimento ou em fazendas, sempre agindo da melhor forma possível, deve ser dinâmico, bem informado, tem que se manter sempre atualizado não apenas na região onde este está inserido, mas em todo o mundo, uma vez que com essa economia globalizada não dá mais para ficarmos isolados.

Zootecnia é 10: Qual é a média salarial do Zootecnista hoje?

Elijá: Oscila entre R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00.

Zootecnia é 10: Deixe uma mensagem para de incentivo para os Estudantes de Zootecnia e os Zootecnistas recém-formados.

Elijá: Estudem, acreditem, que a Zootecnia não é a profissão do futuro, é a profissão do presente e se vocês saírem da Universidade com uma boa bagagem de conhecimentos não terão dificuldade de encontrar seu lugar no mercado de trabalho.

domingo, 13 de maio de 2012

TUDO PELA ZOOTECNIA.


Há 46 anos em Uruguaiana-RS era dado o pontapé inicial da Zootecnia no Brasil cujo bordão criado pelo Professor Octávio Domingues (patrono da Zootecnia brasileira) era: “Tudo pela Zootecnia”. Estas palavras soavam como um rugido de defesa e de criação de um espaço próprio. Nos dias atuais os Zootecnistas continuam a gritar o “Tudo pela Zootecnia”, fazendo-se valer da força contida nessa expressão (Ferreira et. al., 2006).
Portanto ser Zootecnista vai muito além do que ser apenas um profissional, ser Zootecnista é ter a certeza de que seu trabalho é nobre, pois somos nós que produzimos os alimentos que estão na mesa de todos os brasileiros diariamente, respeitando a fauna, a flora e os recursos naturais. Ser Zootecnista é nunca desistir, é sempre lutar, é tornar o impossível uma coisa simples e melhorar o que já é perfeito.
E como falava o saudoso Prof. Octávio Domingues “TUDO PELA ZOOTECNIA”.

FELIZ DIA DO ZOOTECNISTA PARA TODOS
A natureza cria e o Zootecnista melhora.

FERREIRA, W. M.; BARBOSA, S. B. P. et al. Zootecnia brasileira: quarenta anos de histórias e reflexões. Rev. Acad., Curitiba, v.4, n.3, p. 77-93, jul./set. 2006.

Uma homenagem em parceria:
Texto: Bismarck Passos - Zootecnia é 10
Imagem: Renata Lara - Minha vida na Zootecnia

Entrevista com o Zootecnista Prof. D.Sc Airon Melo da UFRPE/UAG

Colaboraram nesta entrevista os discentes de Zootecnia:

  • José Claudenildo Lucas - UFRPE/UAG
  • Núbia Araújo - UNIVASF

Para comemorar o Dia do Zootecnista, o Blog Zootecnia é 10 tem a honra de entrevistar neste dia tão especial para nós Zootecnistas o Professor Dr. Airon Aparecido Silva de Melo, onde este nos falará da importância do Zootecnista no agreste pernambucano, do mercado de trabalho para o Zootecnista e sobre o nosso tão sonhado Conselho Federal de Zootecnia.

Prof. D. Sc. Airon Melo
 O professor Airon é graduado em Zootecnia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco em 1999, foi o aluno laureado de sua turma. Ainda na UFRPE, cursou o Mestrado (2000-2002) e Doutorado (2002-2004). Docente de Cursos de Graduação e de Pós-Graduação da UFRPE/UAG, o mesmo faz parte da primeira turma de professores contratados pela Unidade em 2005, tendo sido o primeiro coordenador do Curso de Zootecnia da UFRPE/UAG. É colaborador da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), presta várias assessorias aos produtores rurais do Agreste Meridional pernambucano e ministra mini-cursos e palestras em várias instituições do país – tanto no âmbito acadêmico, como no da educação não-formal. Trabalhou no Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e na Cooperativa dos Produtores Rurais de São Bento do Una, recebeu em 2010 a medalha de honra ao mérito Zootécnico do CRMV/PE.
Atual Vice-Diretor Geral e Acadêmico da Unidade Acadêmica de Garanhuns (UFRPE/UAG) e membro suplente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Pernambuco (CRMV/PE). Tem experiência em Manejo e nutrição de ruminantes, atuando principalmente nos seguintes temas: bovino de leite, semi-árido, palma forrageira, consumo, digestibilidade, síntese microbiana e comportamento ingestivo.

1-                  Qual a visão dos ingressantes sobre a Zootecnia, antes de iniciar a graduação? E quais são as maiores dificuldades quês estes encontram após o ingresso?

Há algum tempo atrás, a maioria das pessoas quando ingressavam em um curso de Zootecnia não sabiam o que é a Zootecnia e geralmente optavam por esse curso por possuir baixa concorrência e hoje como não existe mais Vestibular para ingresso na UFRPE, os futuros Zootecnistas ingressam no curso através do ENEM, o que mudou um pouco a concorrência que hoje é bem maior fazendo com que o ingressante tenha certa consciência. Só que na maioria das vezes o estudante acha que vai trabalhar com “bichinho” e na verdade ele se depara com um curso de engenharia. Para se ter idéia em Portugal a nossa Zootecnia é conhecida como Engenharia Zootécnica porque ao ingressar no curso de Zootecnia o estudante vai cursar disciplinas como matemática, física, Análise química, Bioquímica, muito parecido com os cursos de engenharia, então no momento em que ele se depara com essa realidade ele não vai ver o “bichinho” de imediato. O “bichinho” para nós é aquele que dá lucro, gera renda, ou seja, é o animal que tenha finalidade, seja ela de produção, trabalho, de convivência, más que tenha por trás o grande objetivo que é a geração de renda. Então primeiro se aprende as disciplinas já citadas para que se possa trabalhar o solo para produzir o alimento que vai alimentar os animais de interesse: bovinos, caprinos, ovinos, aves, ou seja, todos aqueles animais que tenham interesse zootécnico e econômico.

2-                  Qual a importância do curso de Zootecnia para o Agreste Meridional de Pernambuco?

Sabe-se que o Agreste Meridional é o grande responsável pela produção de alimentos em Pernambuco, diga-se de passagem, alimentos de origem animal, por exemplo, 75% da produção de leite de Pernambuco encontram-se nessa região; cerca de 70% da produção de aves de corte e de postura também se encontra inserida nessa região e em parte da Zona da Mata. Temos ainda cadeias importantes como a Equídeocultura, a bovinocultura de corte onde esses animais são criados juntamente com animais de aptidão leiteira uma vez que, boa parte dos animais abatidos no Agreste é de origem leiteira. Se nós pensarmos na Suinocultura, onde poucos sabem que somos fortes produtores de suínos devido justamente a nossa produção leiteira onde 50% desse leite é processado e o resíduo ou subproduto resultante desse processamento que é o soro é ofertado a esses animais.
Em resumo, a Zootecnia tem fundamental importância para nossa região uma vez que, todos esses sistemas de produção necessitam de conhecimentos técnicos e o profissional da produção animal, ou seja, o Zootecnista é quem faz, quem conhece e quem determina todo o manejo e toda tecnologia empregada na criação desses animais.

3-                  Como anda o mercado de trabalho para o Zootecnista recém-formado em Pernambuco?

Se pensarmos na Zootecnia até pouco tempo atrás poderíamos dizer que formar Zootecnistas em Pernambuco seria perca de tempo porque não havia mercado de trabalho. Más esse cenário vem mudando de alguns anos pra cá e um exemplo bem simples para falar em relação ao campo de trabalho é que boa parte dos nossos profissionais recém saídos da Unidade Acadêmica de Garanhuns (UAG) está encontrando espaço no mercado, parte está indo para os programas de pós-graduação Brasil afora e diante disso eu lhe digo que o mercado de trabalho é muito bom, o que precisa é nós mostrarmos nossa eficiência em produção porque antigamente se conseguia um emprego em Prefeituras, órgãos governamentais, empresas privadas, fazendas e granjas, ou seja, o profissional recém-formado dependendo da profissão já conseguia um emprego logo ao sair da universidade. Hoje o que se busca é trabalho e quando se contrata alguém para se prestar um serviço o que se quer em troca é um retorno e nada mais eficiente do que um Zootecnista para mostrar que sabemos produzir, que sabemos dar retorno econômico ao produtor. Em síntese é apenas mostrarmos o que sabemos fazer em beneficio da renda e da produtividade.
Um exemplo a respeito desse assunto que sempre falo, foi de três estagiários oriundos do Recife que vieram realizar o Estágio Supervisionado Obrigatório no Município de Buíque e ao termino de suas atividades todos eles haviam recebido proposta de trabalho, ou seja, os produtores viram que eles tinham conhecimento, que tinham como melhorar a renda através do ré-arranjo do que eles criavam (caprinos, ovinos, bovinos, etc.). Então veja bem, só por eles terem mostrado seus conhecimentos, organizando e administrando com competência, resultou na melhoria da renda desses produtores e fez que com que estes os contratassem, pena que não puderam fica, pois tinha que retornar para concluir seus cursos sendo que dois deles hoje se encontram segundo a carreira acadêmica e outro enveredou no setor privado.

4-                  Qual o perfil das empresas que o Zootecnista deve procurar no mercado?

Hoje o Brasil é um celeiro de empregos, principalmente empregos públicos. Há quinze anos atrás para surgir 100 vagas no emprego público demorava dez anos, hoje vemos diariamente uma gama de concursos oferecidos pelos órgãos públicos. Então uma das fontes de emprego hoje em dia, são as instituições públicas (prefeituras, órgãos estaduais e federais) através de concursos. Outra alternativa de emprego são as ONGs que oferecem assistência técnica. No setor privado, temos um bom exemplo aqui no Agreste onde uma empresa que seu dono é graduado em uma das profissões das ciências agrárias e entende bastante de economia, e os profissionais que ele tem buscado nos últimos tempos são os Zootecnistas, ou seja, ele está mostrando para o nosso discente, para os nossos professores e público em geral que o profissional que ele precisa para a empresa dele que é voltada para a produção animal é o Zootecnista. Então um cidadão que cresceu vindo de uma empresa pequena aqui do interior de Pernambuco e hoje  domina parte da nutrição e parte da venda de produtos agropecuários no Nordeste busca o profissional Zootecnista porque entende o valor que tem a nossa profissão.
Então no setor privado nós temos hoje um bom nicho de empregos, é só o Zootecnista mostrar que sabe, que pode dar um retorno tanto para o dono da empresa como para o público que ele atende.

5-                  Quais benefícios o Conselho Federal de Zootecnia trará para os Zootecnistas?

Responderei essa pergunta de forma bem simples e direta. Imagine o Bacharel em Direito sem a OAB, quantos profissionais seriam formados no Brasil sem capacidade de atuação, se ele não tivesse a OAB quem iria defender os direitos do Advogado? Então imagine nós Zootecnistas, com uma profissão de 46 anos de existência ainda sem um Conselho representativo. Somos vinculados ao Conselho de Medicina Veterinária tanto no Nacional como no Regional. Hoje faço parte da diretoria do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Pernambuco como suplente. Entrei no CRMV/PE porque houve a garantia de apoio a nossa luta para a criação do Conselho de Zootecnia e a nova Diretora do CRMV/PE tem apoiado nossa luta. O apoio do CRMV para a criação do nosso conselho é muito importante e depois que nosso conselho for criado nós teremos uma identidade mais forte, seremos uma classe que teremos um órgão para defender nossos interesses e posições.