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Graduado em Zootecnia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Mestrando em Ciência Animal e Pastagens pela UFRPE.

sábado, 6 de novembro de 2010

Anatomia e Morfologia do Rúmen.

Por:
Bismarck Passos de Carvalho - Zootecnista (bpcarvalho@zootecnista.com.br)
Diana Vieira Rocha - Zootecnista (diannah_rocha@hotmail.com)
Glébio de Almeida Farias - Zootecnista (glebioa@hotmail.com)
Hugo Fernando de Lima - Zootecnista (hfl1609@hotmail.com)

Pertencentes a Subordem Ruminantia, os ruminantes de interesse zootécnico apresentam o sistema digestivo constituído por boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, e glândulas anexas.
O estômago caracteriza-se por apresentar funções diferenciadas, como por exemplo, absorção, digestão e excreção dos produtos que não foram utilizados. Dividido em quatro compartimentos, o estômago é constituído por rúmen, retículo, omaso e abomaso. Os animais ruminantes apresentam fermentação pré-gástrica, realizada por microrganismos. Esta é realizada no rúmen, maior dos compartimentos do estômago destes animais. A digestão química ou enzimática ocorre no abomaso. Este compartimento possui similaridades com o estômago de animais não ruminantes, apresentando um epitélio de revestimento, com mucosa repleta de glândulas secretoras de ácidos, muco e hormônios (BERCHIELLI, 2006), sendo, portanto considerado como o estômago verdadeiro desses animais.
O rúmen e o retículo juntos formam o recipiente em que o material alimentar não-auspicioso, invulnerável ao ataque das enzimas digestivas dos mamíferos, é reduzido por processos de fermentação microbiana (DYCE, 2004).
Rúmen
Além de ser o maior dos compartimentos do estomago dos ruminantes, o rúmen é dividido em saco dorsal e ventral e estes são separados por pilares projetados em sua parede. A parte dorsal do rúmen é dividida em saco cranial e saco dorsal e saco cego caudodorsal e a parte ventral é dividida em saco ventral e saco cego caudoventral. A mucosa ruminorreticular é revestida por um epitélio cutâneo estratificado áspero, esta possui um padrão distinto, formado por cristas com até 1 cm de altura. Essas cristas e o assoalho das células entre elas apresentam papilas baixas, essas estruturas, possuem forma cônica e se projetam para a luz a partir da membrana mucosa, podem ter até 1,5 cm de comprimento e é o hábito alimentar dos ruminantes que vai definir seu número, tamanho e distribuição. Segundo Berchielli (2006) essas estruturas estão na dependência da ação trófica dos alimentos sobre o desenvolvimento da mucosa. Uma dieta rica em alimentos concentrados vai proporcionar uma distribuição mais uniforme destas papilas na região ruminal. De acordo com Cunninghan (1992), seu formato e seu tamanho estão estritamente ligados a dieta do animal.
Papilas ruminais
O retículo é o compartimento mais cranial do estômago dos ruminantes, sua localização é imediatamente caudal ao diafragma, possui forma aproximadamente esférica e está parcialmente separado do rúmen pela prega ruminorreticular. Sua membrana mucosa possui numerosas pregas primárias que estão orientadas na forma de um retícuo ou “favos de mel” que são chamadas de cristas do retículo e delimitam espaços , tetra, penta ou hexagonais que recebem o nome de células do retículo. Seu epitélio é escamoso estratificado. O sulco esofágico também chamado de goteira esofágica, é uma depressão da mucosa que tem início no cárdia e termina no orifício retículo-omasal. O retículo de pequenos ruminantes é relativamente maior que o dos bovinos e em seu revestimento, existem nítidas diferenças entre as espécies. Em ovinos e caprinos, as cristas que limitam as células reticulares são relativamente muito mais baixas e tem margens mais proeminente recortadas.
Retículo


Omaso
Abomaso


Fonte:
BANKS, W. Histologia Veterinária Aplicada. São Paulo: Editora Manole, 1991.

BERCHIELLI, T. T; PIRES, A. V; OLIVEIRA, S. G; Nutrição de Ruminantes. Jaboticabal: Funep, 2006. 583p.
CUNNINGHAM, J.G. Tratado de Fisiologia Veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 1992.
DYCE, K.M; SACK, M.O; WENSING, C.J.G; Tratado de Anatomia Veterinária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
FRANDSON, R.D; WILKE LEE, W; FAILS, A. D; Anatomia e Fisiologia dos Animais de Fazenda. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 6ª edição.
LANA, R.P; Nutrição e alimentação animal (mitos e realidade) /2005. p.31-32 Rogério de Paula Lana. – Viçosa: UFV, 2005.
LUCCI, C.S; Bovinos Leiteiros Jovens – Nutrição. Manejo. Doenças. São Paulo: Nobel, 1989.

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