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Graduado em Zootecnia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Mestrando em Ciência Animal e Pastagens pela UFRPE.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Leucena (Leucaena leucocephala)

A leucena é uma leguminosa perene de porte arbustivo a arbóreo, é oriunda da América Central, possui sistema radicular profundo; suas folhas são bipenadas  de 15 a 25 cm de comprimento, possuindo de 10 a 15 pares de folíolos oblongo-lineares; suas flores são agrupadas em uma cabeça globular, solitária e axilar; seus frutos são vagens finas e achatadas, acuminadas com 15 a 25 sementes de coloração marrom-brilhantes, sua germinação ocorre no início do período das águas e possui dormência de uma ano.
Folhas, flor e fruto da leucena

forma arbórea da leucena

Sementes e fruto da leucena

Esta leguminosa é utilizada na alimentação animal; na adubação verde através da incorporação do nitrogênio pelas folhas decíduas, pelos nódulos das raízes que possuem bactérias fixadoras de nitrogênio, que ao morrerem enriquecem o solo com este elemento; como sombreamento possibilitando uma zona de conforto sem prejudicar a pastagem uma vez que a leucena possui uma copa aberta que favorece a penetração dos raios solares.
Bovino pastejando leucena

Existem mais de 100 variedades de leucena que são classificadas em três grupos de acordo com a velocidade de crescimento e hábito de ramificação.

Tipo Havaiano: Plantas baixas, com até 5 metros de altura, bem ramificadas, florescimento precoce e baixa produção de matéria seca.

Tipo Salvadorenho: Plantas muito altas, com até 20 metros de altura, eretas e pouco ramificadas, florescimento tardio com alta produção de forragem, madeira e lenha.

Tipo Peru: Plantas altas chegando a 15 metros, eretas e bem ramificadas desde a base, florescimento tardio com alta produção de forragem.

A leucena é uma planta de desenvolvimento lento, principalmente na primeira fase depois da germinação, apresenta baixa competição com plantas invasoras e por sua palatabilidade atrai formigas cortadeiras e lebres. Entretanto após se estabelecer rebrota e cresce vigorosamente. É uma planta tolerante a seca, porém se esta for prolongada seus folíolos caem, possui preferência por solos bem drenados e com pouca acidez.
Sua produção forrageira é estimada em 15 toneladas de matéria seca consumível porém seu consumo recomendado é de até 3% do peso vivo do animal ou 30% do total ingerido pelo animal diariamente devido a uma substancia chamada mimosina presente nos brotos e folhas. Os sintomas são a queda de pelos na cabeça e na inserção da cauda, devendo-se evitar a exposição desses animais ao sol para que o local afetado sofra queimaduras, os bovinos são mais resistentes a essa substancia. A leucena não é recomendada para eqüinos por serem mais sensíveis a mimosina que os bovinos.

CARACTERÍSTICAS BASICAS

Nome científico: Leucaena leucocephala
Origem: América Central
Ciclo vegetativo: perene
Número de cromossomos: 52 ou 56
Temperatura: ótima 25 a 30°C
Forma de crescimento: arbóreo, podendo alcançar até 20 m de crescimento livre
Altura da planta para pastejo: mantê-la a 1,0 m de altura
Forma de uso: pastejo, fenação e sombreamento (Café, Cacau etc)
Digestibilidade: satisfatória
Palatabilidade: satisfatória
Precipitação pluviométrica requerida: 800 a 1.500 mm/ano
Produção da matéria seca: 12 a 20 t MS/ha/ano
Produção de semente: 3.000 kg/ha
Teor de proteína na matéria seca: 21 a 22%, média anual
Tolerância a insetos e doenças: sensível ao inseto Heteropsylla cubana e aos fungos Araecerus Levipennis, Pythium e Rhyzoctonia



FONTE:

VALADARES FILHO, S.C et al. Tabelas brasileiras de composição de alimentos para bovinos.  3. Ed. – Viçosa, MG: UFV/DZO, 2010

quinta-feira, 26 de julho de 2012

SILAGEM DE MILHO

No Brasil e no mundo o milho é a forrageira mais utilizada para a produção de silagem pois o mesmo pode ser plantado em qualquer região do país, produzir uma boa quantidade de massa verde por hectare, possuir facilidade de fermentar e por produzir uma silagem de bom valor energético devido a presença dos grãos.

Quando ensilar o milho?

O momento da colheita é essencial quando se pretende produzir silagem de ótima qualidade. Quando o material a ser ensilado é colhido antes do momento ideal pode apresentar dois problemas, o primeiro é que o teor de umidade é muito alto e nessa situação haverá produção de muito chorume que é rico em carboidratos solúveis e representa uma perda considerável de nutrientes. O segundo problema a lavoura poderá apresentar um baixo percentual de grãos e consequentemente baixo teor energético. Quando colhido após o ponto ideal, o material a ser ensilado apresentará dificuldade de ser picado pelas máquinas e seu rendimento será menor e a compactação de um material seco é bem mais difícil o que favorece uma maior presença de oxigênio na massa ensilada. Portanto quanto maior o volume de oxigênio, maior será a respiração celular, a produção de calor, o tempo para se iniciar a fermentação e a perda de nutrientes.
O ideal é ensilar o milho quando o teor de matéria seca estiver entre 33% e 35%, existem algumas maneiras de verificar o teor de matéria seca, o primeiro é pela consistência dos grãos e o segundo pela posição da linha do leite.
À medida que a planta envelhece, os grãos tornam-se mais duros, assim, a consistência dos grãos evolui passando pelos  pontos de pamonha, farináceo e duro. Quando os grãos estiverem no ponto farináceo, o teor de matéria seca estará entre 30% e 35%. O ponto de ensilagem é quando o grão pode ser esmagado com os dedos e a umidade é suficiente apenas para umedecê-los.


Corte da forragem

A forragem deve ser picada no tamanho entre 1 e 2 cm, isso facilita a acomodação do material dentro do silo favorecendo uma melhor compactação e expulsão do ar; deixa os carboidratos solúveis mais expostos para que a fermentação seja mais rápida e completa; quebra os grãos para que o amido seja degradado mais rapidamente no rúmen; evita a seleção pelo animal no cocho havendo uma redução nas sobras.
Fonte: Bismarck Passos
Compactação da massa ensilada


Enchimento do Silo (trincheira)

O silo deve ser forrado com uma lona nova e integra (sem furos). A forragem deve ser descarregada na área forrada e o material espalhado na área do silo. Ao mesmo tempo deve-se compactar as camadas de forragem com o objetivo da se expulsar as camadas de ar da massa ensilada. Para a compactação deve-se escolher um trator mais pesado, podendo ser de pneu ou de esteira. Após concluído o enchimento o silo deve ser vedado com uma lona sem furos, as laterais devem enterradas, devem ser feitos drenos ao redor do silo e cercas para evitar que animais pisoteiem e furem a lona que deve ser coberta com capim, terra ou areia, pneus velhos podem ser utilizados sobre o silo. Mantenha o silo fechado por pelo menos 30 dias para garantira que o material ensilado seja completamente fermentado sem comprometer a qualidade e o valor nutritivo da silagem.
Fonte: Bismarck Passos
Silo completamente vedado

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Conservação de Forragem

A conservação de silagens envolve um complexo processo  bioquímico e microbiológico, o material ensilado é conservado através de fermentações, passando por três fases principais.

Fase aeróbica

Envolve a morte dos tecidos das plantas e rápida exaustão do oxigênio, seguido pela proliferação de bactérias aeróbias. Durante essa fase, os carboidratos solúveis (CS) são convertidos em CO2 e H2O nas células das plantas e pelos microrganismos aeróbios com liberação de calor. Esse processo continua até que todo o O2 seja eliminado do meio.
Esta fase é ineficiente em perspectivas de conservação do material ensilado, porém, pode trazer alguns benefícios como: criar condições anaeróbicas; produzir compostos bioquímicos que aumentam a estabilidade da silagem durante o descarregamento do silo. As principais desvantagens de uma fase aeróbia prolongada são: excessiva perda de Matéria Seca (MS); temperaturas elevadas no interior do silo com aumento nos produtos de Maillard e queda na qualidade da silagem.

Fase de colonização (lag-phase)

É uma fase de curta duração (poucas horas) entre a fase aeróbia e a anaeróbia. Nesta fase tem inicio um rápido crescimento de microrganismos anaeróbios que promoverão intensa produção de ácidos orgânicos.

Fase anaeróbica (de fermentação)

É a fase mais longa no processo de ensilagem, continuando até que o pH da forragem seja suficientemente baixo para inibir o crescimento potencial de todos os microrganismos. Esses microrganismos fermentam hexoses (glicose e frutose) e pentoses (ribose e xilose), produzindo etanol, ácidos graxos voláteis (AGV), ácido lático e CO2.
Quanto mais rápida for a fermentação, com rápida acidificação da massa ensilada, melhor será a qualidade da silagem em função da redução nas perdas de matéria seca. O ácido lático é o mais forte, sendo o mais efetivo para o rápido declínio do pH e manutenção da estabilidade da silagem.
Fonte: Arquivo pessoal
Silagem de milho

domingo, 8 de julho de 2012

Biologia e controle de roedores

Os roedores são um problema sério em criações de animais, lá eles encontram um ambiente que atende suas necessidades básicas (alimento, água e abrigo).
As três principais espécies que causam problemas na criação são:

Ratazana ou rato de esgoto (gabiru) – Rattus norvegicus
Rattus Norvegicus

Rato preto ou de telhado – Rattus rattus
Rattuts rattus

Camundongo (catita) – Mus musculus
Mus musculus


Os ratos são causa de graves problemas e prejuízos, pois consomem ração e contaminam a ração não consumida. Para se ter uma idéia, dois ratos em seis meses consomem 14 kg de alimento, produzindo 5,5 L de urina e 25 mil cíbalas de fezes, podendo ainda contaminar os alimentos através de seus pêlos e patas. Podem transmitir várias doenças como: Leptospirose, tifo, salmonelose, hantavírus, além de transportarem ácaros e outros ectoparasitos como a pulga do rato (Xenopsila cheops) que é portadora do agente causador da peste bubônica, mais conhecida como peste negra.
São providos de dentes capazes de roer madeira, chumbo, alumínio, argamassa (3:1 – areia:cimento), tijolo, plástico e cimento.
Possuem visão deficiente, olfato e audição aguçados e o sentido mais desenvolvido é o tato devido à presença de pêlos táteis e vibrissas (bigodes) que atuam como antenas, permitindo que se desloquem com segurança em locais totalmente escuros.
Um fator importante a saber sobre os ratos é seu comportamento social, existem 2 classes. Uma formada pelos machos e fêmeas em idade de reprodução (dominantes) e outra pelos ratos muito jovens e os muito velhos (dominados). Esse comportamento é relacionado com a forma de alimentação, visando a sobrevivência da colônia. Na presença de uma nova fonte de alimento (isca envenenada, por exemplo) apenas os ratos velhos se alimentam. Se nada ocorrer a eles, os dominantes passam a consumir essa fonte alimentar. Por isso que os raticidas usados no controle dessa praga possuem substancias agem lentamente.

CONTROLE

Mecânico – É realizado pelas estruturas das construções que devem dificultar ou impedir o acesso desses animais ao interior das instalações.

·         Construções de alvenaria de tijolos;
·         Vedação das portas, com chapas de lata, ou uso de portas e janelas metálicas;
·         Uso de estrado ripado de madeira, com 30 cm de altura e distante 50 cm das paresdes, para disposição dos sacos de ração;
·         Limpeza do local, com remoção dos entulhos.

Biológico – O uso de inimigos naturais nas criações fica difícil por esses predadores (em geral gatos), também serem portadores de agentes patogênicos para o homem e os animais. Como por exemplo, os gatos que são hospedeiros definitivos do Toxoplasma spp. e, também por isso devem ser descartados da criação.

Químico – O uso de venenos tem sido a alternativa mais utilizada no controle dos ratos. São empregados produtos químicos, com ação anticoagulante, tem sido empregado, pois o veneno será ingerido pelos roedores, sem entrar em contato com os animais, sua concentração deve ser alta para os ratos e baixa para humanos e outros animais.

A utilização das iscas deve ser feita com base em um programa que leve em consideração as habilidades e o comportamento das diferentes espécies de ratos, daí a importância da identificação da espécie.