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Graduado em Zootecnia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Mestrando em Ciência Animal e Pastagens pela UFRPE.

sábado, 7 de agosto de 2010

Peso ao Sobreano

Por: Diana Rocha - Zootecnista, Mestranda em Ciência Animal e Pastagens - UFRPE/UAG
Contato: diannah_rocha@hotmail.com

A bovinocultura de corte é uma das mais importantes áreas econômicas do Brasil, sendo ele hoje um dos maiores produtores e o maior exportador de carne bovina no mundo. Alem disso o seu desenvolvimento pode impulsionar outras diversas atividades agrícolas e industriais, ao longo de suas fases.
Por suas condições climáticas e geográficas o Brasil pode aumentar sua produção de carne bovina em grande escala, principalmente de animais de sangue zebuíno, já que estes apresentam uma maior facilidade de adaptação ao nosso clima. Um dos maiores períodos de crescimento da produção de carne bovina, registrado no Brasil foi entre 1990 e 2003, onde houve um aumento de 85,2 % passando de 4,1milhões para 7,6 milhões de toneladas.
Por apresentar-se em proporções continentais, não existe no Brasil um sistema homogêneo de produção de carne bovina, já que suas regiões apresentam diferenças climáticas, econômicas, sociais e de criação. Os sistemas de produção caracterizam-se quase exclusivamente de pastagens sob sistema de criação extensivo, todavia nos últimos anos houve um aumento na utilização de vegetais forrageiros para a alimentação de animais, onde as forrageiras predominantemente utilizadas são tropicais, destacam-se a Brachiaria e Panicum.
Diante das diferenças climáticas para o estabelecimento de um único sistema de produção e com necessidades de obter uma grande produção que venha a atender as exigências internacionais de segurança e de qualidade da carne, os produtores cada vez mais vêm buscando adquirir em seus rebanhos animais que se apresentem geneticamente superiores, os quais apresentem uma alta herdabilidade para a característica ganho de peso, um dos fatores importantes para tal característica é o peso aos 550 dias (sobreano), por ser essa a última fase do animal antes da engorda. Uma da maneiras de se minimizar essa diferença seria a obtenção de animais que pudessem se adaptar a essas diferenças.
Entretanto, pela existência de um grande número de animais de corte, há uma enorme dificuldade da identificação de animais que sejam superiores geneticamente para a característica de ganho de peso. Seria possível através da análise do peso ao sobreano e do peso ao fim da engorda, determinar a existência de correlação desses dois dados, para se obter a confirmação de animais geneticamente superiores?
Considerando a grande variação genotipicas e a sabendo-se que esta é parcialmente afetada pelo meio, independente de localização geográfica acredita-se que alguns bovinos possuam cargas genéticas superiores, cuja presença será verificada no peso ao sobreano e logo em seguida na fase de engorda, uma vez que um alto peso ao sobreano irá indicar ao final da engorda um melhor rendimento de carcaça.

            Sabendo da grande variabilidade genética do rebanho de corte brasileiro, acredita-se que dentre todos os genótipos encontrados, ao menos um apresente superioridade para a característica ganho de peso.






Literatura citada:

ALENCAR, M.M.; MASCIOLI, A.S.; FREITAS, A.R. Evidências de interação genótipo ´ ambiente sobre características de crescimento em bovinos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, v.34, n.2, p.489-495, 2005. 
CONCEIÇÃO, F. M. Fatores genéticos e ambientais que influenciam o peso à desmama, ao sobreano em bovinos da raça nelore mocha, no sudoeste de Mato Grosso do Sul. 2005. 62 folhas. Mestrado em ciências animal – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2005.   
LOPES, J. S; RORATO. P. R. N; WEBER, T, et al. Efeito da interação genótipo x ambiente sobre o peso ao nascimento, aos 205 e aos 550 dias de idade de bovinos da raça Nelore na Região Sul do Brasil. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.1, p.54-60, 2008. 
PACOLA, L, J; TONBATI, H. Principais aspectos relacionados aos cruzamentos das diferentes raças européias especializadas para a produção de carne com o zebu. In: organizado por: SAMPAIO, A. A. M; CAMPOS, F. P.; HERNANDEZ, M. R. Métodos de seleção e cruzamento mais utilizados na pecuária de corte. 2ª Edição. Jaboticabal- SP: Funep, 2000. p.42. 
SILVA, L. O. C. Seleção para caracteres reprodutivos em gado de corte. In: organizado por: SAMPAIO, A. A. M; CAMPOS, F. P.; HERNANDEZ, M. R. Métodos de seleção e cruzamento mais utilizados na pecuária de corte. 2ª Edição revisada e ampliada. Jaboticabal- SP: Fnep, 2000. p. 27. 
TEIXEIRA, R. A.; ALBUQUERQUE, L. G; ALENCAR, M. M; et al. Interação genótipo-ambiente em cruzamentos de bovinos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.4, p.1677-1683, 2006 (supl.).
IMAGENS:
http://www.braziliancattle.com.br/?abcz/racas/index
http://www.fazendanovavida.com.br/inc/inc_conteudo_nelore.php
http://www.rondonia.ro.gov.br/noticias.asp?id=2243&tipo=Destaque

2 comentários:

  1. Parabéns

    Drª Diana, zooooooooooootecnista de Lajedo do Agreste Meridional de Pernambuco

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  2. Artigo legal, mas não use "carga genética", pois deste modo você está se referindo aos genes deletérios.

    Abs

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