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Graduado em Zootecnia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Mestrando em Ciência Animal e Pastagens pela UFRPE.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Dois anos de Zootecnia é 10

Hoje o Blog Zootecnia é 10 completa dois anos de existência e compartilha sua alegria com todos os seus usuários, porque sem vocês o sucesso do Blog não seria possível.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Principais raças produtoras de leite no Brasil - Parte VI

RAÇA SINDI

Tem origem na região paquistanesa do Kobistam, que dentre suas características apresenta terras áridas o que faz esses animais a percorrerem grandes distancias para buscar água. São animais dóceis, de elevada fertilidade e boa produção de leite.
Touro Sindi

Foi introduzida em nosso país na década de 30 com o intuito de tornar a Amazônia auto-suficiente na produção de leite e posteriormente foi levada a Região Nordeste, onde sob o clima semi-árido esses animais mostraram sua funcionalidade e rusticidade, uma vez que, esta localidade apresenta condições climáticas bem parecidas com sua região de origem.
Vacas Sindi

Atualmente encontra-se em fase de implantação um programa de melhoramento desta raça.
Os criatórios da raça Sindi são concentrados na Região Nordeste, e mesmo sendo considerada uma raça de dupla aptidão, sua característica leiteira é mais explorada.
A média de produção é de 1.700 kg por lactação.
Vaca Sindi co seu bezerro

CARACTERÍSTICAS

PELAGEM – Vermelha e sua tonalidades. Os machos são mais escuros, principalmente nas espáduas, cupim e coxas, chegando quase ao preto. Tonalidade mais clara ao redor do focinho e das quartelas e das áreas sombreadas. Pelos finos, curtos e brilhantes.

PELE – Preta ou escura, inclusive nas mucosas; solta, fina e flexível, macia e oleosa.

CABEÇA – Curta, de tamanho médio e bem proporcionado, perfil sub-convexo, fronte de largura média, chanfro curto, focinho preto e largo, com narinas dilatadas e afastadas, olhos pretos ou escuros e elípticos, cílios pretos, orelhas de tamanho médio, largas, um pouco pendentes, bem delineadas, com leve reentrância na borda inferior.

PESCOÇO – Proporcional ao corpo, com a linha superior ligeiramente oblíqua, bem musculoso e com implantação harmoniosa no tronco, delicado nas fêmeas, médio , estendendo-se até o esterno.

DORSO – Largo e reto, ligeiramente inclinado, tendendo para a horizontal, harmoniosamente ligado a garupa, apresentando boa cobertura muscular.

GRAUPA – Comprida, larga, ligeiramente inclinada, unida ao lombo sem saliência ou depressão e com boa cobertura muscular.

MEMBROS – De comprimento médio, com ossatura forte e delicada, mais finos nas fêmeas, corretamente aprumados e musculosos. Cascos pretos.
Vaca Sindi

FONTE

Associação Brasileira dos Criadores de Sindi (ABCSindi) - http://www.sindi.org.br/

AUAD, A. M.; SANTOS, A. M. B.; CARNEIRO, A. V. et. al. Manual de Bovinocultura Leiteira. 1.ed. Brasília: LK Editora; Belo Horizonte: SENAR-AR/MG; Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2010. 608p.: il.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Principais raças produtoras de leite no Brasil - Parte V

RAÇA GUZERÁ

O hábitat do Guzerá é a região pré-desértica de kutch, em Gujarat, seqüenciado ao norte pelo deserto de Thar e pelo deserto de Sind. No Brasil, o Guzerá está espalhado por várias regiões mas é notória sua presença na região nordestina, onde foi a única raça que sobreviveu, produtivamente, durante os cinco anos consecutivos de seca (1978-1983), além de ter enfrentado também outras secas históricas (1945, 1952, etc). Também é muito criada no Rio de Janeiro - onde constituiu o primeiro núcleo de Zebu no país - em Minas Gerais, São Paulo e Goiás, e vem se expandindo para todas as regiões, com notáveis resultados.
Touro Guzerá

O Guzerá foi a primeira raça zebuína a chegar ao Brasil, entre as que persistem . A raça foi trazida da Índia, na década de 1870, pelo Barão de Duas Barras, logo dominando a pecuária nos cafezais fluminenses. Surgia como solução para arrastar os pesados carroções e até vagões para transporte de café, nas íngremes montanhas, e também para produzir leite e carne.

Com a abolição da escravidão, em 1888, os cafezais fluminenses entraram em decadência, levando os fazendeiros a buscar maior proveito do gado, por meio da seleção das características leiteiras e cárneas. Os criadores de Guzerá foram os apologistas das vantagens e virtudes do gado, enfrentando a "guerra contra o Zebu", promovida por cientistas paulistas e estimulada pelo Governo Federal, ao mesmo tempo que abasteciam o Triângulo Mineiro, onde iria se sediar a futura "meca do Zebu".
Esta raça também é utilizada na formação de mestiços leiteiros, a duração da lactação é em média 270 dias, produzindo leite de qualidade com elevado teor de sólidos.
Nos rebanhos registrados da raça Guzerá, as médias de produção de leite, gordura, proteína e sólidos totais são respectivamente, 2.071 kg, 95 kg, 61 kg e 231 kg.
Vaca Guzerá e seu bezerro

CARACTERÍSTICAS

PELAGEM – Varia de cinza-clara a cinza escura. Terços anterior e posterior geralmente mais escuros, atingindo, às vezes, o negro; nas fêmeas, a cor é mais clara. Pelos finos, curtos e sedosos.

PELE – Preta ou escura; solta, fina e flexível, macia e oleosa; rósea nas partes sombreadas.

CABEÇA – Larga, relativamente curta e expressiva, perfil de sub-côncavo a retilíneo, chanfro reto, focinho preto e largo, com narinas dilatadas e afastadas, olhos pretos e elípticos, órbitas ligeiramente salientes, cílios pretos, orelhas pendentes, médias, relativamente largas, de pontas arredondadas e medianamente voltadas para a face.

PESCOÇO – Médio, bem musculoso e com implantação harmoniosa ao tronco. Barbela média, enrugada, solta e flexível.

CHIFRES – Desenvolvidos, simétricos, de seção circular ou elíptica na base, dirigindo-se horizontalmente para fora ao sair do crânio, curvando-se para cima, em forma de lira ou torquês, com pontas voltadas para dentro e para trás.

DORSO – Largo, reto, levemente inclinado, tendendo para a horizontal e harmoniosamente ligado à garupa, apresentando boa cobertura muscular.

GARUPA – Cumprida, larga, ligeiramente inclinada, tendendo para a horizontal, no mesmo nível e unida ao lombo sem saliências ou depressões e com boa cobertura muscular.

MEMBROS – De comprimento médio, ossatura forte, bem musculosos e aprumados. Cascos pretos.
Vaca Guzerá

FONTE

Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil (ACGB) - http://www.guzera.org.br/#

AUAD, A. M.; SANTOS, A. M. B.; CARNEIRO, A. V. et. al. Manual de Bovinocultura Leiteira. 1.ed. Brasília: LK Editora; Belo Horizonte: SENAR-AR/MG; Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2010. 608p.: il.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Principais raças produtoras de leite no Brasil - Parte IV


A série Principais raças produtoras de leite do Brasil, entra em sua segunda fase, onde falará um pouco sobre as três principais raças leiteiras zebuínas do nosso país.
Esses animais encontram-se distribuídos em todo o território nacional, podem ser chamados de gado indiano ou zebu. Em comparação com as raças européias, se destaca por sua tolerância ao calor das zonas tropicais, sua resistência aos ecto e endoparasitos, alta capacidade de aproveitar pastagens grosseiras, costume de pastejar durante a noite maior tempo de pastejo sob sol intenso em regiões de clima tropical, alta fertilidade em regiões de clima quente, menor requerimento protéico calórico para mantença.
As raças indianas se diferenciam das européias principalmente pela presença da giba ou cupim, estrutura anatômica localizada sobre a região da cernelha do animal, apresentando-se mais avantajado nos machos e menos desenvolvido nas fêmeas, além de possuírem uma pele mais fina, resistente e solta com pigmentação abundante geralmente preta, pelos curtos e lisos que favorecem a eliminação do calor.
Nomenclatura do Gado Zebu

RAÇA GIR

Tem origem no sul da Índia, na região de Kathiavar, seus chifres longos e fortes, voltados para baixo e para traz, lhe garantiam o direito de defender-se contra o ataque de animais selvagens.
Esses animais são de grande porte e além da produção de leite são utilizados para trabalhos pesados devido a sua musculatura forte.
O gado Gir foi introduzido no Brasil em 1911, onde se adaptou muito bem as nossas condições climáticas. Atualmente é bastante utilizado em cruzamentos, sendo a preferida das raças zebuínas para a formação do gado mestiço leiteiro.
Fonte: Arquivo Pessoal
Touro Gir

Em 1980 foi criada a Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL), com o intuito de promover o melhoramento da raça para características leiteiras.
Possui temperamento dócil, sua lactação dura em média 286 dias, produz leite de qualidade com elevado teor de sólidos e suas médias de produção de leite, gordura, proteína e sólidos totais são respectivamente, 3.777 kg, 112 kg, 90 kg e 337 kg.
Vaca Gir

CARACTERÍSTICAS

PELAGEM – Vermelha, em todas as suas tonalidades: vermelha gargantilhada, vermelha chitada e chitada de vermelho. Amarela, em tonalidades típicas da raça: amarela gargantilha, amarela chitada e chitada de amarelo. Chita clara e rosilha clara ou moura de vermelho, moura clara, moura escura. Pelos finos, curtos e sedosos.

PELE – Preta ou escura; solta, fina e flexível, macia e oleosa. Geralmente, rósea no úbere e na região inguinal.

CABEÇA – De largura e comprimentos médios; perfil ultraconvexo; fronte larga, lisa e proeminente, com a marrafa jogada para trás; chanfro reto e largo, mais estreito e delicado nas fêmeas. Focinho preto e largo, com narinas dilatadas e afastadas. Olhos pretos ou escuros e elípticos situados bem lateralmente e protegidos por rugas da pele, nas pálpebras superiores, e cílios pretos. Orelhas de comprimento médio, pendentes, começando em forma de tubo, com sua porção superior enrolada sobre si mesma, abrindo-se em seguida, gradualmente para fora, curvando-se para dentro e, de novo, estreitando-se na ponta, com a extremidade curvada e voltada para a face.

PESCOÇO – Médio. Linha superior ligeiramente oblíqua. Bem musculoso e com implantação harmoniosa ao tronco.

CHIFRES – Apresentam cor escura, são de porte médio, simétricos, de seção elíptica, achatados, grossos na base, saindo para baixo e para trás. A preferência é pelos chifres que se dirigem um pouco para cima, encurvando-se para dentro, com as pontas convergentes.

DORSO – Largo e reto. Levemente inclinado, tendendo para a horizontal. Harmoniosamente ligado à garupa, apresentando boa cobertura muscular. Animais de aptidão leiteira apresentam dorso harmoniosamente ligado à garupa, com cobertura muscular consistente.

GARUPA – Comprida, larga, ligeiramente inclinada e tendendo para a horizontal, no mesmo nível e unida ao lombo, sem saliências ou depressões, e com boa cobertura muscular, que pode apresentar-se mais leve e consistente em animais de aptidão leiteira.

MEMBROS – De comprimento médio, com ossatura forte, bem musculosos, afastados e bem aprumados. Animais de aptidão leiteira apresentam musculatura mais leve, coxas e pernas com cobertura muscular adequada para acondicionamento de bom úbere.

ÚBERE – Deve ser amplo, comprido, largo e profundo, apresentando grande capacidade de armazenagem de leite, volume compatível com a idade e estádio da lactação, fazendo pregas quando vazio. A consistência deve ser macia e elástica (glanduloso) e não fibroso (carnudo). Seu piso deve ser nivelado e não ultrapassar a linha do jarrete. Deve apresentar ainda proporcionalidade entre a parte anterior e posterior. Os quartos anteriores devem se apresentar avançados para frente e aderidos ao ventre e os quartos posteriores bem projetados para trás e para cima.

LIGAMENTO CENTRAL – Possui grande importância em vacas produtoras de leite. Deve ser forte e bem evidente, pois irá garantir a sustentação e integridade do úbere que deve estar bem aderido à região inguinal. Quando visto por trás, evidencia-se o sulco do ligamento suspensor central. Está diretamente ligado a longevidade do úbere e permanência do animal no rebanho.

QUARTO POSTERIOR – Responsável por 60% da produção de leite. Deve ser amplo e volumo, com ligamentos fortes e bem aderidos na região inguinal.

QUARTO ANTERIOR – deve ser amplo e volumoso, com inserção suave no abdômen, possuindo ligamentos fortes e bem aderidos.

TETAS – Devem se apresentar íntegras e simétricas, ter comprimento de 5 a 7 cm, diâmetro de ± 3,3 cm, espaçadas entre si, centradas no quarto, verticais e paralelas, perpendiculares ao solo.

VASCULARIZAÇÃO – Deve ser bem conformada e com bastante drenagem através de diversas veias aparentes, tortuosas, de preferência ramificadas e penetrando por dois ou mais orifícios, além de possuir, no abdome, veia mamária de grosso calibre.
Fonte: ABCGIL
Nomenclatura raça Gir

FONTE

Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL) - http://www.girleiteiro.org.br/novo/?caracteristicas

AUAD, A. M.; SANTOS, A. M. B.; CARNEIRO, A. V. et. al. Manual de Bovinocultura Leiteira. 1.ed. Brasília: LK Editora; Belo Horizonte: SENAR-AR/MG; Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2010. 608p.: il.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Principais raças produtoras de leite no Brasil - Parte III

RAÇA PARDO-SUÍÇO

A raça Pardo-Suíça é uma das raças bovinas mais antigas e mais puras que se conhece. É uma raça muito apreciada por suas diferentes qualidades, pela quantidade e qualidade do leite, por sua carne e por sua habilidade para trabalho. Conhecido como gado Schwyz, teve a denominação de gado Pardo-Suíço, oficialmente adotada em 1880. Nos países de língua inglesa é conhecido como Brown Swiss, na Suíça e países de língua alemã como Braunvieh e na Itália como raça Bruna. Os mais antigos Pardo-Suíços, registrados pela história, viviam numa região correspondente ao nordeste da Suíça, desde cerca de 4000 A.C. (datação feita a partir de ossos encontrados nas ruínas do Lago Suíço, na borda dos Alpes), em condições climáticas e topográficas extremamente duras.
Touro Pardo-Suíço

Essas condições topográficas obrigava esses animais a fazerem  esforços contínuos em seus deslocamentos à procura de pastagens, levando à seleção natural de animais com fortes características físicas, como uma estrutura óssea sólida, uma musculatura bastante forte, pernas e pés fortes e cascos bem resistentes.
No Brasil, os primeiros animais da raça chegaram no início do século (1911), através de importações oficiais, sob patrocínio do governo. Vinte e sete anos após, em 1938, foi fundada a Associação Brasileira de Criadores de Gado Pardo-Suíço (ABCGPS). A raça se difundiu pelo país, sendo criada em quase todos os Estados brasileiros.
São animais de grande porte, as fêmeas adultas pesam entre 550 kg e 750 kg de peso vivo, com altura média de 138 cm a 148 cm medidos a partir da cernelha. As medidas  anuais de produção de leite e gordura da raça, no Brasil, segundo a ABCGPS, são de 6.085 kg e 225 kg, respectivamente.
Fonte: Arquivo pessoal
Vaca Pardo-Suíço em exposição na cidade de Garanhuns-PE

CARACTERÍSTICAS

PELAGEM – Predominantemente parda, variando de muito claro a muito escuro, mas sendo encontrados com certa frequência animais de coloração cinzenta ou cinza-escuro, e os machos apresentam coloração mais escura;

MUCOSA – A mucosa dos orifícios nasais e do focinho é negra;

PELE – Grossa, elástica, com pigmentação escura. Apresenta pelos curtos e grossos e presença de pelos ao redor do focinho e na face interna das orelhas;

CABEÇA – De tamanho médio, com a fronte larga. Os chifres são brancos com pontas negras, de tamanho médio a pequeno (curtos), crescendo para fora e para diante, com as pontas para cima e de modo geral, grossos na base. Os olhos são grandes e pretos. As orelhas são de tamanho médio, cobertas de pelo;

PESCOÇO – bastante grosso, tanto nos machos como nas fêmeas, sendo a barbela pouco expressiva;

CORPO – Amplo, peito largo, tórax extenso, costelas bem arqueadas, com ventre desenvolvido, flancos profundos e boa cobertura muscular. Linha dorso-lombar retilínea. A garupa é ampla, larga e ligeiramente inclinada. Coxas bastante musculosas;

OSSATURA – Estrutura óssea bastante sólida, com ossos fortes, grossos e pesados;

MEMBROS – São relativamente curtos, com bons aprumos, sendo estes reconhecidos como os melhores entre todas as raças leiteiras. Pernas e pés fortes, cascos resistentes, pretos e redondos;

ÚBERE – É caracterizado por ser muito bem implantado, volumoso, quartos bem definidos, com ligamentos fortes e abundante irrigação sanguínea, dotados de tetos médios.
Vaca Pardo-Suíço

FONTE:

Associação Brasileira de Criadores de Gado Pardo-Suíço (ABCGPS) - http://www.pardo-suico.com.br/

AUAD, A. M.; SANTOS, A. M. B.; CARNEIRO, A. V. et. al. Manual de Bovinocultura Leiteira. 1.ed. Brasília: LK Editora; Belo Horizonte: SENAR-AR/MG; Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2010. 608p.: il.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Principais raças produtoras de leite no Brasil - Parte II

Todos gostam de tomar sorvete em dias quentes de verão e pela manhã passar manteiga ou requeijão no pão, sem falar na grande variedade de queijos que existe no mercado. O que eles tem em comum? Simples, são fabricados a partir dos sólidos do Leite (gordura e proteína) e qual a vaca que produz o leite com o maior teor de sólidos? A resposta também é muito simples, são as vacas da raça Jersey. Portanto a segunda parte da série "Principais raças produtoras de leite no Brasil" contempla esta raça que se faz presente no dia a dia de todos os brasileiros através dos alimentos derivados de seu produto, o leite.




RAÇA JERSEY

A raça Jersey é originária de uma pequena Ilha de apenas 11.655 hectares no Canal da Mancha, entre a Inglaterra e a França (região da Normandia), denominada Ilha de Jersey, pertencente a Inglaterra. O gado Jersey tem sido criado puramente há mais tempo do que qualquer outra raça bovina, tendo-se desenvolvido a partir do ano 1.100. Há informações de que ela se formou do cruzamento do pequeno gado negro de Bretanha com os grandes bovinos vermelhos da Normandia.
Touro Jersey

No Brasil, o Jersey foi introduzido em 1896 no Rio Grande do Sul pelo grande pecuarista e embaixador J.F. de Assis Brasil. Os animais foram importados da Inglaterra e, posteriormente da Nova Zelândia, Estados Unidos e Canadá. O primeiro Herd book da raça no país o de Pedras Altas (nome de sua propriedade) foi aberto em 1905. Em 1954 esses livros foram transferidos para a Associação dos Criadores de gado Jersey do Brasil.
A raça Jersey está presente em quase todos os estados brasileiros porém 90% desses animais encontram-se nos estados de Santa Catarina, São Paulo, rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro.
Fonte: Arquivo Pessoal
Vacas jersey

O Gado Jersey apresenta estatura mediana, sendo considerada uma raça de pequeno porte. Além de ter boa produtividade leiteira, alta fertilidade, boa facilidade de partos, elevada precocidade sexual e longevidade elevada, a raça Jersey produz leite com elevado teor de sólidos, principalmente gordura e proteína.
Fonte: Arquivo pessoal

No Brasil sua produção média varia de 3.500 kg a 5.500 kg de leite por lactação de 305 dias, com 5,30% de gordura e 3,98% de proteína. Seu elevado teor de sólidos proporciona um maior rendimento industrial na produção de queijos, manteiga e outros produtos lácteos. É por esse motivo tem crescido o emprego desses animais em cruzamentos com outras raças, com o objetivo de aumentar o teor de sólidos do leite.
Vaca Jersey

CARACTERÍSTICAS

PELAGEM – Varia do cinza-claro ao escuro e do amarelo-claro ao amarelo-ouro ou, ainda malhada com as cores citadas, tem como característica a coloração mais forte nas extremidades do corpo. A cabeça é geralmente um pouco mais escura podendo apresentar a cor preta;

PELE – Escura, fina e flexível, com pelos curtos e finos e mucosas escuras;

CABEÇA – Bem inserida no pescoço, tamanho mediano e proporcional à idade, curta, triangular, leve, perfil côncavo, marrafa estreita, fronte larga com forte depressão entre os olhos; arcadas orbitais proeminentes, olhos escuros, salientes, não demasiadamente saltados; orelhas proporcionais, levemente inclinadas para frente e para cima, chifres bem implantados lateralmente, com as extremidades negras. Focinho largo, negro, narinas salientes e bem abertas;

Fonte: Arquivo pessoal

GARUPA – Bem desenvolvida, nivelada, larga e comprida, angulosa, de ossatura fina e robusta; ísquios bem afastados e em posição ligeiramente mais baixa que os íleos; cauda acentuada entre os ísquios, bem inserida, horizontal em sua inserção, fina, afiada e tocando os jarretes com vassoura abundante e comprida.

SISTEMA LOCOMOTOR – aprumos de ossatura plana e compacta, proporcionais ao tamanho do animal, descarnados. Membros anteriores bem separados, aprumos simetricamente situados quando vistos de frente, de lado ou por trás. Membros posteriores com grau intermediário de curvatura quando vistos lateralmente.


Vaca Jersey

FONTE:

http://www.gadojerseybr.com.br/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Gado_Jersey

AUAD, A. M.; SANTOS, A. M. B.; CARNEIRO, A. V. et. al. Manual de Bovinocultura Leiteira. 1.ed. Brasília: LK Editora; Belo Horizonte: SENAR-AR/MG; Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2010. 608p.: il.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Principais raças produtoras de leite no Brasil - Parte I

O Blog Zootecnia é 10 resolveu falar um pouco das principais raças produtoras de leite aqui no Brasil, começando pelas raças Europeias e finalizando com as raças Zebuínas. E para começarmos vamos falar um pouco da principal raça do tipo leiteiro criada em nosso país, a Holandesa.


RAÇA HOLANDESA

Touro Holandês

Pouco se sabe sobre a origem da raça Holandesa, ou Fries-Hollands Veeslay, ou ainda Frísia Holandesa, havendo anotações que vão até o ano 2000 a.C.. Alguns afirmam que foi domesticada há 2.000 anos nas terras planas e pantanosas da Holanda setentrional e da Frísia (Países Baixos) e também na Frísia Oriental (Alemanha). Prescott (1930) acha que o gado veio da Lombardia, seguindo o curso do rio Ródano, em mãos das tribos frísias e batavas. Eram animais de origem grega, de acordo com ilustrações antigas. Ou seja, não há um acordo sobre a origem da raça Holandesa.
Não foi estabelecida uma data de introdução da raça holandesa no Brasil. Paulino Cavalcanti (1935) cita que "segundo os dados históricos, referentes à nossa colonização, presume-se que o gado holandês foi trazido nos anos de 1530 a 1535, período no qual o Brasil foi dividido em capitanias hereditárias". O Herd-Book começou a funcionar em 1935, com o macho "Colombo St. Maria" de Francisco Lampréia, RJ. e "Campineira", de Vicente Giaccaglini, SP.
Fonte: Arquivo Pessoal
Bezerro Holandês

A raça Holandesa é a mais especializada na produção de leite e, também, a mais difundida em todo o mundo. A linhagem preta e branca, mais freqüente do que a vermelha e branca, é a mais utilizada nos programas de melhoramento genético baseados em seleção, sendo a matriz mais utilizada nos mais diferentes tipos de cruzamento, a mais empregada para a produção de leite em todo o mundo conferindo a esses animais grande valor comercial.
De modo geral, no Brasil, a produção média de uma vaca holandesa varia entre 6.000 kg e 10.000 kg, com recordes acima de 18.000 kg, em lactações superiores a 10 meses. A produção média diária é de 29,63 kg e teores de 3,5% de gordura e 3,2% de proteína.
Vaca Holandesa

São animais mais exigentes em termos de cuidados, de conforto e de clima.
Fonte: Arquivo Pessoal


CARACTERISTICAS

·         PELAGEM – Malhada de preto e branco ou vermelho e branco, com ventre e vassoura da cauda brancos;

·         PELE – Fina e pregueada, com pelo fino e macio. A vulva apresenta pequeno tamanho e não é pregueada;

·         CABEÇA – Muito expressiva, bem moldada, altiva, fronte ampla e moderadamente côncava, chanfro reto. Apresenta olhos grandes, escuros e um pouco salientes. As orelhas são pequenas e peludas. O focinho é amplo, com narinas bem abertas. As mandíbulas são fortes e exprimem o estilo imponente e a vivacidade própria da raça;

·         PESCOÇO – Longo e delgado, unindo-se suavemente na linha superior ao ombro refinado, e cruz angulosa. As vértebras dorsais sobressaem-se ao largo peito, com grande capacidade circulatória e respiratória. Barbela muito reduzida;

·         DORSO – Reto, forte e linha dorso-lombar levemente ascendente no sentido da cabeça;

·         GARUPA – Comprida, larga e ligeiramente desnivelada no sentido do quadril à ponta da nádega;

·         COXAS – Retas, delgadas e ligeiramente côncavas, bem separadas entre si, cedendo amplo lugar para o úbere.

·         ÚBERE – Simétrico, de largura e profundidade moderadas e fortemente inserido no abdômen e na base do osso da bacia;

·         MEMBROS – Pernas com ossatura limpa, chata e de movimentos funcionais eu terminam em patas de quartelas fortes e bem torneadas.
Vaca holandesa - Nomenclatura Zootécnica


FONTE:

Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (ABCBRH) - http://www.gadoholandes.com.br/holandesa.html

AUAD, A. M.; SANTOS, A. M. B.; CARNEIRO, A. V. et. al. Manual de Bovinocultura Leiteira. 1.ed. Brasília: LK Editora; Belo Horizonte: SENAR-AR/MG; Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2010. 608p.: il.