RAÇA GUZERÁ
O hábitat do Guzerá é a região pré-desértica de kutch, em Gujarat, seqüenciado ao norte pelo deserto de Thar e pelo deserto de Sind. No Brasil, o Guzerá está espalhado por várias regiões mas é notória sua presença na região nordestina, onde foi a única raça que sobreviveu, produtivamente, durante os cinco anos consecutivos de seca (1978-1983), além de ter enfrentado também outras secas históricas (1945, 1952, etc). Também é muito criada no Rio de Janeiro - onde constituiu o primeiro núcleo de Zebu no país - em Minas Gerais, São Paulo e Goiás, e vem se expandindo para todas as regiões, com notáveis resultados.
Touro Guzerá |
O Guzerá foi a primeira raça zebuína a chegar ao Brasil, entre as que persistem . A raça foi trazida da Índia, na década de 1870, pelo Barão de Duas Barras, logo dominando a pecuária nos cafezais fluminenses. Surgia como solução para arrastar os pesados carroções e até vagões para transporte de café, nas íngremes montanhas, e também para produzir leite e carne.
Com a abolição da escravidão, em 1888, os cafezais fluminenses entraram em decadência, levando os fazendeiros a buscar maior proveito do gado, por meio da seleção das características leiteiras e cárneas. Os criadores de Guzerá foram os apologistas das vantagens e virtudes do gado, enfrentando a "guerra contra o Zebu", promovida por cientistas paulistas e estimulada pelo Governo Federal, ao mesmo tempo que abasteciam o Triângulo Mineiro, onde iria se sediar a futura "meca do Zebu".
Esta raça também é utilizada na formação de mestiços leiteiros, a duração da lactação é em média 270 dias, produzindo leite de qualidade com elevado teor de sólidos.
Nos rebanhos registrados da raça Guzerá, as médias de produção de leite, gordura, proteína e sólidos totais são respectivamente, 2.071 kg, 95 kg, 61 kg e 231 kg.
Vaca Guzerá e seu bezerro |
CARACTERÍSTICAS
PELAGEM – Varia de cinza-clara a cinza escura. Terços anterior e posterior geralmente mais escuros, atingindo, às vezes, o negro; nas fêmeas, a cor é mais clara. Pelos finos, curtos e sedosos.
PELE – Preta ou escura; solta, fina e flexível, macia e oleosa; rósea nas partes sombreadas.
CABEÇA – Larga, relativamente curta e expressiva, perfil de sub-côncavo a retilíneo, chanfro reto, focinho preto e largo, com narinas dilatadas e afastadas, olhos pretos e elípticos, órbitas ligeiramente salientes, cílios pretos, orelhas pendentes, médias, relativamente largas, de pontas arredondadas e medianamente voltadas para a face.
PESCOÇO – Médio, bem musculoso e com implantação harmoniosa ao tronco. Barbela média, enrugada, solta e flexível.
CHIFRES – Desenvolvidos, simétricos, de seção circular ou elíptica na base, dirigindo-se horizontalmente para fora ao sair do crânio, curvando-se para cima, em forma de lira ou torquês, com pontas voltadas para dentro e para trás.
DORSO – Largo, reto, levemente inclinado, tendendo para a horizontal e harmoniosamente ligado à garupa, apresentando boa cobertura muscular.
GARUPA – Cumprida, larga, ligeiramente inclinada, tendendo para a horizontal, no mesmo nível e unida ao lombo sem saliências ou depressões e com boa cobertura muscular.
MEMBROS – De comprimento médio, ossatura forte, bem musculosos e aprumados. Cascos pretos.
Vaca Guzerá |
FONTE
Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil (ACGB) - http://www.guzera.org.br/#
AUAD, A. M.; SANTOS, A. M. B.; CARNEIRO, A. V. et. al. Manual de Bovinocultura Leiteira. 1.ed. Brasília: LK Editora; Belo Horizonte: SENAR-AR/MG; Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2010. 608p.: il.
cavalo maçio no andar, cachorro obediente e gado guzerá, tem coisa mais linda no mundo.
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