A série Principais raças produtoras de leite do Brasil, entra em sua
segunda fase, onde falará um pouco sobre as três principais raças leiteiras zebuínas
do nosso país.
Esses animais encontram-se distribuídos em todo o território nacional,
podem ser chamados de gado indiano ou zebu. Em comparação com as raças
européias, se destaca por sua tolerância ao calor das zonas tropicais, sua resistência
aos ecto e endoparasitos, alta capacidade de aproveitar pastagens grosseiras,
costume de pastejar durante a noite maior tempo de pastejo sob sol intenso em
regiões de clima tropical, alta fertilidade em regiões de clima quente, menor
requerimento protéico calórico para mantença.
As raças indianas se diferenciam das européias principalmente pela presença
da giba ou cupim, estrutura anatômica localizada sobre a região da cernelha do
animal, apresentando-se mais avantajado nos machos e menos desenvolvido nas fêmeas,
além de possuírem uma pele mais fina, resistente e solta com pigmentação
abundante geralmente preta, pelos curtos e lisos que favorecem a eliminação do
calor.
Nomenclatura do Gado Zebu |
RAÇA GIR
Tem origem no sul da Índia, na região de Kathiavar, seus chifres
longos e fortes, voltados para baixo e para traz, lhe garantiam o direito de
defender-se contra o ataque de animais selvagens.
Esses animais são de grande porte e além da produção de leite são
utilizados para trabalhos pesados devido a sua musculatura forte.
O gado Gir foi introduzido no Brasil em 1911, onde se adaptou muito
bem as nossas condições climáticas. Atualmente é bastante utilizado em
cruzamentos, sendo a preferida das raças zebuínas para a formação do gado
mestiço leiteiro.
Fonte: Arquivo Pessoal
Touro Gir |
Em 1980 foi criada a Associação Brasileira dos Criadores de Gir
Leiteiro (ABCGIL), com o intuito de promover o melhoramento da raça para
características leiteiras.
Possui temperamento dócil, sua lactação dura em média 286 dias, produz
leite de qualidade com elevado teor de sólidos e suas médias de produção de leite,
gordura, proteína e sólidos totais são respectivamente, 3.777 kg, 112 kg, 90 kg
e 337 kg.
Vaca Gir |
CARACTERÍSTICAS
PELAGEM – Vermelha,
em todas as suas tonalidades: vermelha gargantilhada, vermelha chitada e
chitada de vermelho. Amarela, em tonalidades típicas da raça: amarela
gargantilha, amarela chitada e chitada de amarelo. Chita clara e rosilha clara
ou moura de vermelho, moura clara, moura escura. Pelos finos, curtos e sedosos.
PELE – Preta
ou escura; solta, fina e flexível, macia e oleosa. Geralmente, rósea no úbere e
na região inguinal.
CABEÇA – De
largura e comprimentos médios; perfil ultraconvexo; fronte larga, lisa e
proeminente, com a marrafa jogada para trás; chanfro reto e largo, mais
estreito e delicado nas fêmeas. Focinho preto e largo, com narinas dilatadas e
afastadas. Olhos pretos ou escuros e elípticos situados bem lateralmente e
protegidos por rugas da pele, nas pálpebras superiores, e cílios pretos. Orelhas
de comprimento médio, pendentes, começando em forma de tubo, com sua porção
superior enrolada sobre si mesma, abrindo-se em seguida, gradualmente para
fora, curvando-se para dentro e, de novo, estreitando-se na ponta, com a
extremidade curvada e voltada para a face.
PESCOÇO – Médio.
Linha superior ligeiramente oblíqua. Bem musculoso e com implantação harmoniosa
ao tronco.
CHIFRES – Apresentam
cor escura, são de porte médio, simétricos, de seção elíptica, achatados,
grossos na base, saindo para baixo e para trás. A preferência é pelos chifres
que se dirigem um pouco para cima, encurvando-se para dentro, com as pontas
convergentes.
DORSO – Largo
e reto. Levemente inclinado, tendendo para a horizontal. Harmoniosamente ligado
à garupa, apresentando boa cobertura muscular. Animais de aptidão leiteira
apresentam dorso harmoniosamente ligado à garupa, com cobertura muscular
consistente.
GARUPA – Comprida,
larga, ligeiramente inclinada e tendendo para a horizontal, no mesmo nível e
unida ao lombo, sem saliências ou depressões, e com boa cobertura muscular, que
pode apresentar-se mais leve e consistente em animais de aptidão leiteira.
MEMBROS – De
comprimento médio, com ossatura forte, bem musculosos, afastados e bem
aprumados. Animais de aptidão leiteira apresentam musculatura mais leve, coxas
e pernas com cobertura muscular adequada para acondicionamento de bom úbere.
ÚBERE – Deve ser amplo, comprido, largo
e profundo, apresentando grande capacidade de armazenagem de leite, volume
compatível com a idade e estádio da lactação, fazendo pregas quando vazio. A
consistência deve ser macia e elástica (glanduloso) e não fibroso (carnudo).
Seu piso deve ser nivelado e não ultrapassar a linha do jarrete. Deve
apresentar ainda proporcionalidade entre a parte anterior e posterior. Os
quartos anteriores devem se apresentar avançados para frente e aderidos ao
ventre e os quartos posteriores bem projetados para trás e para cima.
LIGAMENTO
CENTRAL – Possui grande
importância em vacas produtoras de leite. Deve ser forte e bem evidente, pois
irá garantir a sustentação e integridade do úbere que deve estar bem aderido à
região inguinal. Quando visto por trás, evidencia-se o sulco do ligamento
suspensor central. Está diretamente ligado a longevidade do úbere e permanência
do animal no rebanho.
QUARTO
POSTERIOR – Responsável
por 60% da produção de leite. Deve ser amplo e volumo, com ligamentos fortes e
bem aderidos na região inguinal.
QUARTO
ANTERIOR – deve ser amplo
e volumoso, com inserção suave no abdômen, possuindo ligamentos fortes e bem
aderidos.
TETAS – Devem se apresentar íntegras e
simétricas, ter comprimento de 5 a 7 cm, diâmetro de ± 3,3 cm, espaçadas entre
si, centradas no quarto, verticais e paralelas, perpendiculares ao solo.
VASCULARIZAÇÃO
– Deve ser bem conformada
e com bastante drenagem através de diversas veias aparentes, tortuosas, de
preferência ramificadas e penetrando por dois ou mais orifícios, além de
possuir, no abdome, veia mamária de grosso calibre.
Fonte: ABCGIL
Nomenclatura raça Gir |
FONTE
Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL) - http://www.girleiteiro.org.br/novo/?caracteristicas
AUAD, A. M.; SANTOS, A. M. B.; CARNEIRO, A. V. et. al. Manual de Bovinocultura Leiteira. 1.ed. Brasília: LK Editora; Belo Horizonte: SENAR-AR/MG; Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2010. 608p.: il.
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