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Graduado em Zootecnia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Mestrando em Ciência Animal e Pastagens pela UFRPE.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Principais raças produtoras de leite no Brasil - Parte VII

Dando continuidade à série “Principais Raças Produtoras de Leite no Brasil”, falaremos um pouco das raças mestiças e sua principal representante na bovinocultura leiteira, a raça Girolando.
As raças mestiças são oriundas de cruzamentos entre duas ou mais raças, selecionadas para padronização morfológica e fixação de genótipos desejados.

RAÇA GIROLANDO

A origem do primeiro Girolando não dista muito do tempo. As primeiras notícias do surgimento desses animais datam da década de 40.
Pelos anseios dos criadores brasileiros, começou a ser praticado o cruzamento do Gir com o Holandês intensamente, procurando que as duas raças se complementassem com rusticidade e produtividade.
Certificando-se disso, em 1989 o Ministério da Agricultura, juntamente com as Associações representativas traçaram as normas para formação do Girolando - Gado Leiteiro Tropical (5/8 Hol + 3/8 Gir - Bi Mestiço), transformando-o em prioridade nacional.
Fonte: Arquivo pessoal
Vaca Girolando
Isso permitiu trabalhar com parâmetros objetivos, proporcionando mais probabilidade de acerto, diminuindo o tempo gasto no cumprimento da meta e fornecendo maior segurança ao investimento financeiro dos criadores engajados no programa.
A raça, fundamentalmente produto do cruzamento do Holandês com o Gir, passando por variados graus de sangue, direciona-se visando a fixação do padrão racial, no grau de 5/8 Hol + 3/8 Gir, objetivando um gado produtivo e padronizado.

Diagrama I - Cruzamento partindo do Gir.
Diagrama II - Cruzamento partindo do Holandês 
Segundo a Associação dos criadores de Girolando, esta raça apresenta boa rusticidade, alta fertilidade, longevidade, precocidade, ótima produção leiteira (80% do leite produzido no Brasil) e excelente habilidade materna.
Por ser uma raça mestiça, a Girolando possui uma gama de variações em suas características raciais que normalmente são permitidas, desde que não prejudiquem o desempenho produtivo ou tragam prejuízos financeiros ao sistema de produção.
Touro Girolando

A raça Girolando apresenta desempenhos considerados bons em regiões de clima tropical. Sua média de produção é de 3.927 kg de leite (lactação de 305 dias), e com relação aos grupos genéticos, as maiores médias foram de vacas com maior porcentagem de genes de holandês (vacas 3/4 e 7/8), com produções acima de 4.000 kg de leite. 

Vaca Girolando


CARACTERÍSTICAS

CABEÇA – Vista de lado, verifica-se que o perfil típico da vaca 5/8 é retilíneo, o da 1/2 sangue é subconvexo e o da 3/4 é subcôncavo, já que apresenta uma leve depressão na fronte.

PELAGEM – aceitam-se 73 tipos diferentes de pelagens para animais Girolando, as mais comuns são: Preta, preta bragada, preta chitada de branco, vermelha, vermelha chitada de branco, branca, branca pintada, amarela e variações.

PESCOÇO – Na parte superior do pescoço, que se inicia na nuca e prossegue até a região da paleta, encontra-se a coluna cervical. Tipicamente nessa região encontra-se o cupim dos zebuínos. Ainda no pescoço tem-se, na parte inferior, a região chamada de barbela, que, na raça Gir, é bem desenvolvida, pregueada, com a courama vem solta; já na Holandesa ela é bem reduzida, sem pregas, lisa, praticamente inexistente. Nos machos o pescoço é sempre mais musculoso e de tamanho médio, enquanto que nas fêmeas é longo e mais descarnado.

GARUPA – Guardadas as devidas proporções, as diferentes inclinações da garupa entre vacas 1/2 sangue, 5/8 e 3/4 está na seguinte ordem: a inclinação da 1/2 sangue é a maior e mais evidentes, pela presença de mais sangue gir; a 5/8 tem uma garupa intermediária, menos inclinada em relação à 1/2 sangue; e a 3/4, já com 75% de sangue holandês, tem uma garupa mais nivelada, bem mais plana em relação às outras duas.

UMBIGO – De acordo com o padrão racial, o umbigo da vaca 1/2 sangue é considerado médio, o da 5/8 é reduzido e o da 3/4 é um pouco evidente. Em sua descrição, o padrão é bem subjetivo, pois ele não determina uma medida média para cada grau de sangue. Espera-se sempre que o tamanho do umbigo seja proporcional tanto nas fêmeas como nos machos.

VULVA – Na vaca 5/8, ela apresenta um maior volume em relação à da 3/4 e com presença de estrias. Comparando a vulva da 5/8 com a da 1/2 sangue, o volume é menor e não tão nitidamente estriada como nesta.
Fonte: Arquivo pessoal
CAUDA – Deve apresentar inserção bem definida e harmoniosa na garupa. A inserção da cauda pode se apresentar alta, , normal ou baixa, sendo que caudas com inserção alta ou baixa devem ser evitadas, pois, normalmente, indicam defeitos que se prolongam até o osso sacro, interferindo na conformação da garupa. O comprimento é medido até o sabugo, região da ponta da cauda normalmente recoberta com pelos da vassoura, mas a vassoura não conta.
Nomenclatura da vaca Girolando

FONTE:

Associação Brasileira dos Criadores de Girolando – http://www.girolando.com.br/site/ogirolando/performance.php

AUAD, A. M.; SANTOS, A. M. B.; CARNEIRO, A. V. et. al. Manual de Bovinocultura Leiteira. 1.ed. Brasília: LK Editora; Belo Horizonte: SENAR-AR/MG; Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2010. 608p.: il.

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