As tilápias são peixes de origem africana, muito utilizadas na piscicultura desde o ano 2000 a.C. Além do seu valor nutricional, é apreciada pelo seu desempenho como agente biológico combatendo mosquitos e ervas daninhas aquáticas, como isca viva, na pesca esportiva e na aquariofilia tropical.
Os cultivos comerciais estão baseados num pequeno número de espécies e alguns híbridos. São elas: Oreochromis niloticus, Oreochromis mossambicus, Oreochromis aureus, Tilapia rendalli, Tilapia zilli e Sarotherodon galilaeus.
Sua introdução no Brasil se deu pela Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, em 1952 com a importação de exemplares da Tilapia rendalli para o repovoamento das represas com a finalidade de combater a proliferação de algas macrófitas aquáticas. Em 1971 o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS) introduziu a espécie Oreochromis niloticus, que apresenta características aconselhadas para a piscicultura brasileira.
As tilápias são peixes que apresentam distribuição geográfica restrita a regiões com temperaturas não inferiores a 20°C, apresentando seus melhores resultados entre 26 e 32°C. Em temperaturas inferiores a 15°C, praticamente interrompem seu consumo de alimento, valores letais de temperatura encontram-se na faixa de 10 a 12°C.
Esses animais suportam baixas quantidades de oxigênio dissolvido na água, podendo sobreviver em níveis de 1mg/l. Porém a concentração de 0,1 mg/l é considerada letal. O pH ideal é entre 7 e 8, valores entre 3,5 e acima de 12 causam mortalidade em menos de 6 horas de exposição. As tilápias também apresentam grande tolerância a altas salinidades.
Outras características zootécnicas das tilápias que as indicam para a piscicultura:
- · Resistência a baixa qualidade de água e a doenças;
- · Facilidade de manejo e cultivo;
- · Tolerância a amplas variações ambientais;
- · Capacidade de converter resíduos orgânicos domésticos e agrícolas em proteína de alta qualidade;
- · Apresentam boa taxa de crescimento;
- · Suportam bem o sistema intensivo de cultivo.
O maior problema no cultivo de tilápias é sua alta prolificidade, resultando em grande competição pelo alimento, limitando o crescimento individual.
A desova ocorre durante os meses em que a temperatura da água encontra-se mais elevada, superior aos 24°C. Durante o período reprodutivo, os machos escavam buracos (ninhos) no fundo dos viveiros onde após o acasalamento as fêmeas irão liberar os óvulos que serão imediatamente fecundados pelos machos. Após a fecundação a fêmea recolhe os ovos e os mantém em sua boca durante toda a fecundação.
As tilápias de um modo geral são onívoras micrófagas. As pós-larvas e alevinos com 3 ou 4 cm já alimentam-se de partículas inertes, quando atingem 4 ou 5 cm aceitam alimento artificial com facilidade. A tilápia do nilo (Oreochromis niloticus) possui os rastros branquiais bastante desenvolvidos o que possibilita a filtragem da água para a retirada do plâncton e outros alimentos em suspensão.
Fonte: Arquivo pessoal. Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) |
Fonte: Arquivo pessoal. Filamentos branquiais da Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) |