A palma é uma cactácea muito utilizada no Nordeste
do Brasil como alternativa alimentar para os animais nos períodos de estiagem,
principalmente nas bacias leiteiras dos estados de Pernambuco e Alagoas. Muitas
vezes por ser a única forrageira disponível na estação seca, é considerada um
alimento de elevada importância neste período, uma vez que o crescimento de
outras forrageiras é limitado diante da baixa precipitação pluvial, além de
atender grande parte das necessidades de água para os animais neste período.
No entanto diversos insetos são considerados pragas
para essa cactácea tão importante para o Nordeste Brasileiro, um deles é o
inseto conhecido como Cochonilha que é a praga mais conhecida da palma. Existem
várias espécies de cochonilha, mas as mais devastadoras são a cochonilha do
carmim (Dactylopius sp.) e a
cochonilha de escamas (Diaspis
echinocacti). A cochonilha de escama possui vários nomes vulgares como:
piolho de palma ou mofo da palma.
|
Bismarck Passos (2016) |
A cochonilha de escama é um inseto que infesta a
palma cobrindo seu cladódio (raquete) com suas colônias protegidas por uma
escama de cera que sugam sua seiva como alimento. Por se tratar de um inseto
picador-sugador, abre orifícios por onde penetram microrganismos que causam
apodrecimento e queda dos cladódios.
|
Bismarck Passos (2016) |
A palma infestada pela cochonilha de escama é
facilmente reconhecida pelo aspecto peculiar do aglomerado de escamas do
inseto, mascarando o verde típico da cactácea. As escamas são removidas por
leve atrito com unha ou graveto sobre as colônias que recobrem os gravetos.
|
Bismarck Passos (2016) |
A cochonilha de escama encontra-se atualmente
dispersa nos Estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do
Norte e Ceará.
|
Bismarck Passos (2016) |
Seu ciclo biológico dura em média 45 dias. Os ovos depositados nos cladódios duram em média de dois a três dias para eclodirem dando nascimentos as ninfas que passam por três estágios até se tornarem adultos por volta de 11 a 12 dias após a eclosão dos ovos.
Sua reprodução ocorre por anfigônia (nascem machos e fêmeas) ou por paternogênese telítoca, forma mais observada no campo, onde as fêmeas reproduzem somente fêmeas, o que contribui para a alta infestação nas plantações de palma.
Essa cochonilha possui um escudo de cera muito parecido com uma escama (daí seu nome) que possui forma arredondada nas fêmeas e alongada nos machos. As fêmas ficam fixas nos cladódios protegidas por sua escama enquanto os machos possuem forma alada com um par de asas membranosas, são pequenos e semelhantes a mosquitos, seu tempo de vida dura cerca de dois a três dias.
O controle desse inseto é feito por manejo integrado com ênfase em controle biológico como parasitóides (vespinhas) e predadores (joaninhas).
O manejo integrado é a medida que envolve todas as técnicas possíveis de serem aplicadas para controlar e manter a população da praga em nível de equilíbrio, dificultando sua forma de vida e crescimento de sua população.
- Plantio deve ser feito na época indicada com cladódios sadios sem vestígios da cochonilha e de procedência conhecida;
- Identificar a presença da cochonilha na área cultivada logo no início facilita o controle e erradicação das plantas infestadas;
- Eliminação dos focos da cochonilha na área cultivada;
- Capinar a área a ser cultivada e adubar o local uma vez que a adubação induz a resistência da planta ao inseto;
- Ter conhecimento das propriedades com palma infestada para evitar que homens e animais passem dessas áreas para as plantações de palma sem a praga.
|
Bismarck Passos (2016) |
Classe: Insecta
Ordem: Hemiptera
Subordem: Sternorrhyncha
Gênero: Diaspis
Espécie: echinocacti